Uma árvore enorme caiu sobre carros e atingiu a fiação na Rua Haddock Lobo, no Jardins, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 16. Segundo a CET, o acidente danificou dois veículos parados. Ninguém ficou ferido.
A Subprefeitura Pinheiros informou que a árvore passou por vistoria técnica na última terça-feira, 15, e apresentava "estrutura aparentemente íntegra", mas com necessidade de poda para equilíbrio da copa e limpeza da fiação elétrica.
Nesta quarta-feira, 16, em uma nova análise, no entanto, foi constatado ataque intenso de cupins no interior do tronco, com apodrecimento completo da madeira. O diagnóstico só foi possível, segundo a subprefeitura, devido à queda que possibilitou a análise completa da parte interna da árvore.
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De acordo com a Enel, o fornecimento de energia na região foi afetado. A equipe da empresa iniciou os trabalhos de reparo nos cabos rompidos pela queda da árvore por volta das 19h, após a liberação da Polícia Militar para que a equipe começasse os trabalhos, quando 200 clientes ainda estavam com o fornecimento de energia interrompido.
Árvores têm mais chances de cair em bairros antigos, aponta estudo
Como forme mostrou o Estadão, estudos realizados por pesquisadores da Unifesp e também da Universidade de São Paulo (USP) em colaboração com a Prefeitura em anos recentes, mostram que, na capital paulista, árvores têm mais chance de cair em bairros mais antigos, onde elas envelheceram e foram alvo de um grande número de intervenções no subsolo.
Elas também caem mais nos chamados "cânions urbanos", áreas mais verticalizadas em que prédios altos aumentam a velocidade dos ventos e criam restrições que prejudicam o desenvolvimento das árvores. Outros fatores de risco para a queda de árvores na cidade são o estrangulamento das raízes pelas calçadas e canteiros e podas drásticas.
Gerir a arborização de uma cidade do porte de São Paulo, que tem cerca de 650 mil árvores nas ruas, é um desafio. "A prefeitura, as companhias que têm contrato de manutenção, muitas vezes não dão conta de tanto problema", explica a bióloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Aline Cavalari, que vem estudando os fatores de risco de queda das árvores.
Para a professora, a saída é contar com munícipes para solicitar a poda ou remoção de árvores que apresentam problemas - em São Paulo, pelo número 156 - e capacitar melhor os profissionais envolvidos na manutenção.