Após 12 anos preso, homem consegue provar inocência

Na época de sua prisão, em 2012, Carlos, um jardineiro de 24 anos, foi acusado de abusar dez mulheres em Barueri, na Grande São Paulo

20 mai 2024 - 16h57
(atualizado às 21h38)

Um homem negro condenado a mais de 170 anos de prisão foi inocentado após passar mais de 12 anos encarcerado por estupros cometidos na Grande São Paulo entre 2010 e 2012. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anunciou a decisão na última terça-feira (14).

STJ mandou libertar um homem preso injustamente por 12 anos
STJ mandou libertar um homem preso injustamente por 12 anos
Foto: Reprodução/Fantástico / Perfil Brasil

Carlos Edmilson da Silva foi libertado após um exame de DNA provar sua inocência. A Superintendência da Polícia Técnico-Científica e o Innocence Project Brasil, uma organização dedicada a reverter erros judiciários, foram fundamentais para anular a condenação.

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Na época de sua prisão, em 2012, Carlos, um jardineiro de 24 anos, foi acusado de abusar dez mulheres em Barueri, na Grande São Paulo. Ele sempre negou os crimes, mas foi identificado pelas vítimas através de fotos.

Carlos, agora com 36 anos, deixou a Penitenciária de Itaí na última sexta-feira (17), sendo recebido por sua mãe, Ana Maria da Silva. "Eles não acreditaram na minha palavra, mas Deus sabe o que faz", disse ele emocionado.

Antes da intervenção do Innocence Project Brasil, Carlos já havia conseguido reverter duas acusações contra ele. Durante uma década, a organização reuniu provas que demonstraram sua inocência nas demais condenações.

A ação teve o apoio do Ministério Público, que solicitou a comparação dos exames de DNA de sêmens encontrados nas vítimas de estupro com o material genético de Carlos. A análise descartou Carlos como autor dos crimes.

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Verdadeiro autor dos crimes

Coincidentemente, o verdadeiro estuprador das dez mulheres está preso na mesma penitenciária de Itaí, onde Carlos ficou detido nos últimos anos. José Reginaldo dos Santos Neres, um homem negro de 34 anos que cumpre pena por roubos, foi identificado pelo Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) como o autor dos crimes. O material genético dele foi encontrado em cinco das dez vítimas; as outras cinco não fizeram exame sexológico.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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