Repórter da Globo cita 'nome morto' de mulher trans e é corrigido ao vivo; assista

Direto do estúdio, o apresentador Ricardo Ishmael fez questão de corrigir o colega

11 dez 2025 - 08h46
(atualizado às 09h41)
Resumo
Um repórter da TV Bahia citou o "nome morto" de uma mulher trans assassinada, sendo corrigido ao vivo pelo apresentador Ricardo Ishmael, que destacou a gravidade do caso de transfobia no Brasil e criticou a liberação do acusado após o crime. A situação gerou repercussão nas redes sociais.
Jornalista comete gafe e apresentador corrige ao vivo
Jornalista comete gafe e apresentador corrige ao vivo
Foto: Reprodução | Globoplay

O jornalista Carlos Augusto, da TV Bahia, afiliada da Globo, cometeu uma gafe na segunda-feira, 8, ao expor de forma indevida o nome de batismo de uma mulher trans assassinada no interior do Estado.

Durante entrada ao vivo no Jornal da Manhã, o repórter começou a dar informações sobre o caso. Inicialmente, informou o nome morto da vítima e, em seguida, afirmou que ela era conhecida como Rhianna.

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Na sequência, ele relatou que a vítima foi assassinada por Sérgio Henrique Lima dos Santos, de 19 anos. O jovem trabalhava como motorista de aplicativo e confessou ter cometido o crime no trajeto entre as cidades de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras. Entretanto, antes que a investigação fosse conduzida, o suspeito deixou o corpo na delegacia e foi liberado após alegar legítima defesa.

Direto do estúdio, após a entrada ao vivo, o apresentador Ricardo Ishmael fez questão de corrigir o colega de profissão: “Obrigado, Carlos. É difícil a gente falar em bom dia diante de um crime tão brutal, tão terrível como esse, a morte de Rhianna.”

Em seguida, mencionou o erro sobre o uso do nome morto: “A gente se refere a ela pelo nome social, Rhianna. Desde que se assume a identidade trans, morre o nome de batismo; não se refere mais a ele, porque isso é mais uma forma de violentar pessoas que já são tão violentadas todos os dias.”

O âncora do Jornal da Manhã ainda citou dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), que apontam que, pelo 16º ano consecutivo, o Brasil está no topo do ranking de transfobia.

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Depois disso, Ishmael opinou sobre o caso: “O assassino vai à delegacia com o corpo da vítima dentro do carro. Ele presta depoimento e é liberado. A gente quer entender melhor o procedimento. Esse é o praxe, o protocolo? É assim que se age diante de um caso tão grave, de transfobia?”

Nas redes sociais, principalmente no X, a postura do apresentador foi amplamente elogiada. “Se foi preconceituoso ao vivo e repassou esse preconceito para o público, deve ser corrigido ao vivo, sim. Transfobia não é para ser normalizada”, opinou um usuário. “Excelente a resposta dele”, afirmou outra internauta.

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Fonte: Portal Terra
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