Calmon: Citroën C3 Aircross destaca-se pela versatilidade

Posição de dirigir do Citroën C3 Aircross é adequada para a maioria dos biotipos, porém faz falta o ajuste do volante em distância

10 mai 2024 - 15h22
Citroën C3 Aircross
Citroën C3 Aircross
Foto: Stellantis / Guia do Carro

O aspecto geral do Citroën C3 Aircross é de um SUV compacto que está na moda. Tem proporções corretas destacando-se o capô elevado e a parte traseira com lanternas de desenho atraente. No interior o espaço é condizente à proposta e a possibilidade de transportar até sete ocupantes. Conforto para pernas, cabeças e ombros destaca-se mais para os três ocupantes da fileira intermediária.

Porta-malas de 398 litros (VDA) muito bom, porém praticamente desaparece com os dois bancos adicionais que, ao menos, são retiráveis com certa facilidade e guardados para uso quando necessários. Versatilidade bem-vinda.

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Posição de dirigir é adequada para a maioria dos biotipos, porém faz falta o ajuste do volante em distância. Desagradam os comandos dos vidros elétricos traseiros no console central e o posicionamento de um conjunto de botões para destravar as portas e regular os retrovisores. Já a tela do multimídia de 10 pol. é fácil de manusear, além de pareamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.

O C3 Aircross tem dimensões bem próximas (4.320 mm de comprimento) a rivais como Duster, HR-V e Kicks. Com distância entre eixos de 2.675 mm, dá para encarar Duster e T-Cross. Bem interessante a saída de ar climatizado no teto com quatro difusores na versão de sete lugares avaliada, mas o funcionamento ruidoso pode incomodar motorista e acompanhante.

Citroën C3 Aircross: como anda, como freia, conforto e vida a bordo
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Sob medida o motor turbo flex de origem Fiat que não poderia faltar para um SUV com massa em ordem de marcha de 1.216 kg. São 130 cv (E) cv/125 cv (G) e 20,4 kgf·m (E)/(G) no motor de 1 litro acoplado ao câmbio automático CVT de sete marchas reais (não se trata de "simuladas", como se costuma dizer). Por fim, a simplória chave de ignição/partida destoa de um modelo de R$ 136,6 mil.

Nota do Autor: Na coluna da semana passada foi informado o total de 40 modelos ou versões que a Stellantis lançará até 2030. No entanto, somando-se os 10 modelos das cinco marcas do grupo este ano (dos quais três já lançados), o número sobe para 50.

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Crescimento do mercado interno continua surpreendendo em 2024

Os números são auspiciosos e indicam que o mercado interno está reagindo muito bem. Nos quatro primeiros meses do ano as vendas de veículos leves e pesados atingiram 735.000 unidades, aumento de 16,3% sobre igual período de 2023. Está bem acima das previsões da Anfavea no começo do ano de incremento de 6,1%. A entidade só pretende reavaliar os seus números a partir de meados deste ano.

Já a Fenabrave viu no início de 2024 um cenário mais exuberante e até agora não tem do que se arrepender. Considerando somente veículos leves, que representam 94% das vendas (5% caminhões e 1% ônibus), o mercado subiu 17,5% sobre o mesmo quadrimestre do ano passado. Para o fechamento do 2024 sua previsão é 12% de aumento, porém pode ser revisado para cima graças à oferta de crédito aliada a juros um pouco mais baixos ao longo do ano

No entanto, o Banco Central reduziu o ritmo da queda de juros básicos (taxa Selic) entre suas reuniões realizadas a cada 45 dias. Vinha sendo de 0,5% e agora em 8 de maio o percentual ficou em 0,25%, sendo fixada em 10,5% ao ano. Tudo indica, dependendo da inflação e da situação das contas públicas, que o BC continuará mais prudente até o fim do ano. Isso afeta a taxa do Crédito Direto ao Consumidor que historicamente representa mais de 65% das vendas de automóveis e no momento está em pouco mais de 35%.

O mercado também continua afetado por uma operação tartaruga do Ibama (greve branca) realizada nos portos, que tem limitado a importação. Produtos fabricados na Argentina, Uruguai e México sofrem com grandes atrasos.

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Carros elétricos, no entanto, estão livres dos trâmites burocráticos. Marcas chinesas concentradas em elétricos e híbridos, como BYD e GWM, aceleraram bastante suas operações e formaram grandes estoques para compensar a segunda rodada de aumento de imposto de importação agora em julho. A taxação passará de 10% para 18%, depois 25%, em julho de 2025 e 35%, em julho de 2026.

Promoções incrementaram as vendas neste nicho de mercado e proporcionaram percentuais vistosos de crescimento, porém sobre uma base comparativa ainda muito baixa. No primeiro quadrimestre deste ano híbridos convencionais e plugáveis somaram 30,4 mil unidades (4,4% do mercado de automóveis e veículos leves) e os elétricos 20,8 mil unidades (3% do total).

Carros com motores flex representaram 78,5%; diesel, 9,8% (basicamente picapes médias e pesadas, furgões, caminhões leves) e gasolina, 4,2% (modelos importados). Diesel prevalece em praticamente todos os veículos pesados.

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