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Por que a Electronic Arts se dividiu em EA Games e EA Sports?

Uma das maiores empresas do setor de games, Electronic Arts anunciou reestruturação e vai se dividir em duas, com foco em esportes e outros jogos

21 jun 2023 - 16h55
(atualizado às 19h46)

Uma empresa tão grande que, agora, se tornará duas. Foi esse o teor central do anúncio feito pela Electronic Arts nesta terça-feira (21), com uma reestruturação que vai dividir uma das maiores produtoras de videogames da atualidade "ao meio". O que era um gigantesco conglomerado agora terá setores dedicados exclusivamente aos games esportivos e aos títulos não relacionados a isso.

O anúncio foi feito pelo atual CEO da companhia, Andrew Wilson, que segue no cargo e também no comando das duas "novas" empresas. De um lado, permanece a já conhecida EA Sports, que vai lidar com o portfólio de marcas igualmente renomadas como F1, Madden, NHL, PGA Tour e a antiga franquia FIFA, que está prestes a mudar de nome para EA Sports FC, em uma alteração que, aliás, deve ajudar a solidificar a marca ainda mais.

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Foto: Divulgação/Electronic Arts / Canaltech

Do outro, está a nova EA Entertainment, que cuidará de todos os outros jogos, menos os esportivos. Ou seja, propostas baseadas na saga Star Wars, estúdios responsáveis por Battlefield, Mass Effect e Dead Space, além das franquias independentes que fazem parte da linha EA Originals, ficam sob este guarda-chuva.

Por que a separação?

A razão para tudo isso é puramente mercadológica. Segundo Wilson, a ideia é dar maior liberdade criativa aos estúdios que fazem parte da Electronic Arts, com maior foco em segmentos específicos. Além disso, as contas dos estúdios também ficam mais fáceis, afinal as empresas não estariam mais lidando, ao mesmo tempo, com cifras, franquias, licenciamentos e títulos de grandezas tão diferentes.

Basta olhar o calendário futuro para ter uma noção de como a separação pode ser benéfica. Hoje, setores de marketing, divulgação e contabilidade trabalham, simultaneamente, com lançamentos de portes bem diferentes para o futuro próximo; temos o inevitável FIFA 24, ou como dito, a estreia da marca EA Sports FC, mas ao mesmo tempo a Electronic Arts também trabalha a chegada de Immortals of Aveum, uma proposta menor, que faz parte de seu selo Originals. Isso sem falar nos lançamentos para celular e na manutenção de jogos de serviço como Apex Legends, por exemplo.

Ao separar, o foco será dedicado a cada empresa e, com isso, também às franquias. É uma ideia que, para Wilson, ajuda a firmar as fundações para o futuro da Electronic Arts e também da própria indústria de entretenimento, com veteranos de companhia assumindo novos postos-chave. Laura Miele será a responsável pela EA Entertainment, deixando seu cargo atual de COO, enquanto Cam Weber será promovido de diretor geral para presidente da EA Sports.

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O caminho até aqui (e ao futuro)

Seja de forma relacionada ou não, a novidade bastante significativa acompanha também outras mudanças que parecem focadas em trazer mais evidência às marcas da Electronic Arts e concentrar esforços onde são exigidos. O principal caso é o uso cada vez maior da marca EA Sports, que passará a ser parte do título oficial dos jogos esportivos ao longo dos próximos anos.

Quem acompanha a Fórmula 1 deve ter reparado nos anúncios de F1 23 muito bem posicionados ao longo dos circuitos onde as corridas recentes foram realizadas, enquanto o piloto e bicampeão mundial Max Verstappen, da Red Bull, carrega o logo da EA Sports em seu capacete. Neste ano, como dito, também temos o lançamento de EA Sports FC para substituir o velho FIFA, enquanto o retorno da velha franquia NCAA, focada no futebol americano universitário, retornará em 2024 como EA Sports College Football.

Enquanto isso, no lado do entretenimento, houve a decisão de transferir o desenvolvimento do remake de Star Wars: Knights of the Old Republic para a Broadsword, de Ultima Online, em mais uma mudança brusca em um game que parece problemático. Para a EA, entretanto, isso significa que a BioWare também poderá focar em duas marcas que são estreladas aos olhos da gigante: Mass Effect e Dragon Age.

Outras decisões recentes também estariam relacionadas à reestruturação, como o corte de 6% dos postos de trabalho da Electronic Arts, anunciado em março. A demissão de quase 800 pessoas em toda a estrutura da empresa foi citada por Wilson de forma semelhante à divisão de agora, de olho no foco em projetos importantes e valorizando o portfólio de marcas estratégicas.

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Ao anunciar a mudança, que deve ser implementada desde já e se sacramentar ao longo dos próximos meses, o CEO da Electronic Arts dispensou eventuais preocupações quanto à saúde da empresa. Segundo ele, os negócios permanecem fortes como sempre, com as alterações servindo para que a corporação continue nesse caminho saudável. O tempo (e os relatórios fiscais) mostrarão os reflexos disso.

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