O que Sonic e Michael Jackson têm em comum?

Um dos maiores mistérios do mundo dos games foi revelado recentemente; confira um pouco dessa história maluca conosco.

20 jul 2022 - 16h17
(atualizado em 21/7/2022 às 10h32)
Foto: GameON

Mesmo os opositores mais ardilosos da franquia Sonic concordam com um fato: a música dos jogos, muitas vezes, é o ponto de maior destaque da série, e na época em que os títulos eram bons e representantes do ápice da Sega, isso era ainda mais visível.

Mas um título específico de Sonic e suas músicas se tornaram alvo de muitas especulações - em especial, sobre o envolvimento de Michael Jackson em sua produção. Estamos falando de Sonic The Hedgehog 3, de 1994, e contamos toda a história do boato que, recentemente, foi confirmado como real.

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Uma breve história

Desde o lançamento do primeiro Sonic the Hedgehog em 1991, o ouriço azul se tornou uma verdadeira estrela, liderando comerciais, campanhas promocionais em redes de fast-food, aparecendo como troféu em corridas de Fórmula 1 e assim por diante. O sucesso foi tanto que, em 1992, o segundo jogo chegaria ao Mega Drive e, um ano depois, em 1993, o terceiro sairia.

Desde o primeiro título, muito se comentou sobre a trilha do jogo, mas, quando o terceiro saiu, muitos começaram a notar progressões musicais muito parecidas com músicas de Michael Jackson -  e com a popularização da internet nos próximos anos, a situação foi se tornando um tópico de discussão entre fãs de Sonic.

Foto: GameON

No total, três detalhes intrigavam todos os envolvidos:

  1. A progressão de notas musicais da música “Jam”, do rei do Pop, era como da fase Carnival Night Zone;
  2. o fato que o sample de vidro quebrado utilizado nessa mesma faixa era o mesmo da música “In the Closet”;
  3. por fim, o fato de que, quando o jogo foi lançado para PC, em 1997, algumas músicas foram substituídas por trilhas do protótipo do jogo, o que pareceu sempre algo estranho.

Além disso, por boa parte dos anos 2010, relançamentos de Sonic 1 e 2 foram constantes para diversas plataformas, assim como Sonic CD, mas o terceiro título misteriosamente sumiu - não recebendo port para Android e iOS, ficando fora de compilações e outros programas de acesso a clássicos da Sega. Para muitos detetives online da franquia, isso era evidência de problemas legais referentes a direitos autorais das faixas - e mais um possível indicativo da presença de Jackson no desenvolvimento do game.

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Coincidências, plágio ou algo mais?

A semelhança das músicas começou a encabeçar muitas discussões, com teorias que especulavam um possível plágio musical e até mesmo o envolvimento de Michael Jackson na produção da trilha do jogo - o que, para muitos, parecia algo distante, já que videogames naquela época ainda não eram a potência cultural que são hoje, mesmo que Sonic se destacasse muito.

Ao mesmo tempo, evidências começariam a colocar em cheque toda a discussão sobre inspiração ou plágio dos desenvolvedores, principalmente o fato da música de encerramento do jogo contar com semelhanças com a música “Stranger in Moscow” do Rei do Pop - mas essa faixa só seria lançada em 1997, três anos após Sonic 3 chegar às lojas.

A história real, então, veio à tona em meados dos anos 2010, embora sem evidências fotográficas: Masato Nakamura, o compositor dos outros dois títulos do Sonic, queria cobrar um valor absurdo para voltar para a sequência - e a Sega decidiu procurar outro profissional para a tarefa.

Foto: GameON

Michael Jackson, fã de videogames e em especial da Sega, como pode ser visto em vários documentários que mostram seu rancho Neverland por volta dos anos 1990 e sua coleção de fliperamas, acabou sabendo da informação, e aproveitando que por uma lesão no tornozelo ele não poderia participar de turnês, entrou em contato com a desenvolvedora de jogos e marcou uma visita a uma de suas sedes - lá, ele foi questionado se gostaria de participar de Sonic 3, e ele aceitou sem titubear. 

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Porém, Jackson, um perfeccionista, não gostaria do resultado das músicas quando reproduzidas pelo chip de som do Mega Drive, fato dito pelo tecladista Brad Buxer, e optou por não ser creditado nos jogos por recusar ter seu nome envolvido em algo com uma qualidade que afetasse suas criações.

Ao mesmo tempo, em 1993, toda a polêmica e acusações de pedofilia de Michael Jackson começaram a ser propagadas na mídia, resultando também na Sega querendo se distanciar do artista - pintando outro possível cenário para o que aconteceu, embora as informações ainda não sejam suficientes para confirmar o que realmente aconteceu no desenvolvimento do jogo, mesmo que a Sega, durante os anos seguintes, tenha começado a falar mais abertamente sobre o envolvimento do artista, mas não sobre o que levou-lhe não estar creditado nas músicas.

Finalmente, evidências concretas

Embora não se saiba o que realmente aconteceu durante o desenvolvimento do jogo, e mesmo com tantos relatos diferentes sobre o que pode ter levado Jackson a não fazer parte dos créditos de Sonic 3, pelo menos sabemos em 2022 que, durante um breve período, os responsáveis pelo título frequentaram o rancho Neverland e trabalharam lá com o Rei do Pop.

Imagem: Twitter
Foto: GameON

Isso foi confirmado por Yuji Naka, um dos principais responsáveis pela criação de Sonic. Quando a compilação Sonic Origins foi lançada em junho de 2022, e mais uma vez sem as músicas de Michael na versão de Sonic 3 presente nela, Naka comentou estar em choque com a ausência delas - e postou um breve relato sobre trabalhar com o astro, além de fotos do rancho Neverland tiradas por ele durante as visitas da equipe do título à residência do astro.

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Imagem: Twitter
Foto: GameON

Fontes: VG | American Songwriter

Fonte: Game On
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