The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered traz melhorias, mas carrega falhas do passado

Remaster respeita o legado de um dos maiores RPGs já feitos, mesmo sem corrigir todos os problemas do jogo original

29 abr 2025 - 15h37
The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered traz melhorias, mas carrega falhas do passado
The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered traz melhorias, mas carrega falhas do passado
Foto: Reprodução / Bethesda Softworks

The Elder Scrolls IV: Oblivion é um clássico contemporâneo e um marco na indústria dos videogames. Mesmo após 19 anos do seu lançamento, ainda existem discussões na internet sobre como ele é um RPG mais completo que seu sucessor, The Elder Scrolls V: Skyrim.

Um remaster de um jogo que marcou gerações e continua sendo amado até hoje parecia até uma piada. Mesmo em 2023, quando surgiram vazamentos sobre sua existência, ainda era difícil acreditar. Dois anos se passaram e, o que parecia apenas um devaneio, enfim se tornou realidade. Mesmo com a remasterização em mãos, ainda bateu aquele receio se haviam conseguido melhorar a jogabilidade, que envelheceu como leite fora da geladeira, ou se seria apenas mais um caso em que só os gráficos falariam por si. Por sorte, o trabalho da Bethesda Softworks e da Virtuos foi uma verdadeira aula de como se fazer uma remasterização — a ponto de quase ser chamada de remake.

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O heroi de Cyrodiil

Em The Elder Scrolls IV: Oblivion, a história se passa no reino de Tamriel, mais especificamente na capital, Cyrodiil. O evento que desencadeia a trama é o assassinato do imperador Uriel Septim VII, que, para quem não sabe, é dublado por Patrick Stewart, conhecido pelas franquias Star Trek e X-Men. Nos momentos finais de sua vida, o imperador cruza o caminho do nosso protagonista, que, como de praxe, não tem um passado definido, e cujo motivo de prisão nunca é revelado. A cela onde ele está preso é, na verdade, uma das rotas de fuga usadas pelos Lâminas, uma das várias guildas presentes no jogo.

Antes de seu suspiro final, o imperador nos entrega o Amuleto dos Reis e pede que encontremos seu filho ilegítimo, conhecido como Martin. Após sua morte, portais começam a se abrir por toda a capital — os chamados portais de Oblivion. Por meio deles, Daedras e outras forças do mal invadem Cyrodiil, e a única maneira de impedir uma invasão total é garantir que o próximo herdeiro assuma o trono.

Não há muito o que dizer sobre a história na remasterização. Ela mantém a mesma estrutura de antes, permitindo que o jogador siga na ordem que preferir e se junte a todas as guildas, como já era possível na versão original. Mas uma boa adição é que todos os conteúdos lançados como expansão anteriormente já estão incluídos nesta nova versão, como Knights of the Nine e, para muitos, uma das melhores expansões que a Bethesda já produziu, a Shivering Isles.

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O cerco a Kvatch se tornou ainda mais épico na remasterização
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Novas adições, velhos problemas 

Algo que não é exclusivo do Oblivion, mas da franquia The Elder Scrolls no geral, é como a jogabilidade durante o combate, tanto em primeira quanto em terceira pessoa, acaba sendo problemática. No entanto, nesse remaster, souberam como tornar as lutas mais interessantes. Em ambas as câmeras, os confrontos são muito mais satisfatórios, entregando a melhor experiência de combate que a franquia já teve.

Agora, os inimigos reagem aos golpes, sendo empurrados para trás ou para os lados. Quando os ataques são bloqueados, as animações tanto do nosso personagem quanto dos oponentes reagindo foram adições mais do que necessárias. Além disso, todos os golpes agora possuem um marcador de acerto, melhorando ainda mais o feedback dos combates. Outra novidade que não esperava encontrar foi a habilidade de desviar, desbloqueada ao atingir o nível 25 de acrobacia.

Mesmo contra inimigos mais numerosos, as lutas estão bastante balanceadas, mas não posso dizer o mesmo sobre o sistema de nível. É possível perceber que a Virtuos tentou deixá-lo mais equilibrado, mas não foi o suficiente. Ainda evoluímos rápido demais, como acontecia na versão lançada na sétima geração, o que gera um problema em que, em pouco tempo, nosso personagem se torna forte até demais.

Por evoluirmos tão rapidamente, o jogo recorre a um sistema que envia inimigos mais poderosos conforme avançamos. Com isso, uma simples missão de ir conversar com algum NPC pode acabar atraindo inimigos que parecem ter saído diretamente do final do jogo.

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Todas as cidades mantiveram suas arquiteturas da versão original, agora com visuais melhorados
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Outra mudança no combate foi o uso do arco. Sempre gostei de utilizá-los em vários RPGs para criar uma build focada em ataque furtivo, e considero o arco uma das melhores armas para isso, junto com as adagas. No geral, as alterações no seu funcionamento foram ótimas. Ter o aviso de acerto e mudanças na forma de manuseá-lo foram adições mais do que necessárias.

Nessa nova versão, a furtividade também foi retrabalhada para se aproximar do que é visto em Skyrim, com aquele sistema de indicação por um olho que mostra se estamos sendo vistos ou ouvidos. Nas primeiras horas, o uso da furtividade é bastante satisfatório, mas é visível que ainda existem limitações. Os inimigos conseguem te enxergar mesmo de longe, e o sistema de passos está bastante desbalanceado, fazendo com que eles te ouçam a distâncias absurdas.

Desempenho deixa a desejar

Argonianos e Khajiits tiveram uma repaginada no visual
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Juntar um dos motores gráficos mais problemáticos dos consoles, a Creation Engine, com outro que atualmente causa dores de cabeça até nos melhores computadores, a Unreal Engine 5, soa como uma receita para o desastre. Em certos momentos, essa combinação realmente falha, mas em outros ainda consegue impressionar.

Graficamente, essa remasterização é um espetáculo. Os novos modelos, tanto dos personagens quanto de toda a região de Cyrodiil, impressionam. Iluminação, texturas, armaduras, cabelos e até mesmo as expressões faciais, que antes eram motivo de piada, foram refeitas e estão melhores do que nunca.

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Mesmo com todas essas melhorias visuais, o jogo apresenta sérios problemas de desempenho. As quedas de frames são constantes, seja nas cidades, durante os combates ou até mesmo nas cavernas. Era algo até esperado, considerando o histórico desses dois motores gráficos. Ainda assim, em vez de surpreender e entregar uma performance sólida, o resultado ficou exatamente dentro do que todos temiam. Agora, resta aguardar por futuras atualizações ou, como já virou tradição, por algum mod feito pela comunidade.

Considerações

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered - Nota 8,5
Foto: Divulgação / Game On

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered é um trabalho que acerta ao preservar a essência de um dos RPGs mais marcantes da história, modernizando elementos importantes como o combate e a direção de arte. No entanto, falha em resolver problemas antigos que continuam a impactar a experiência, como o desempenho inconsistente e o sistema de progressão desequilibrado. Revisitar Cyrodiil ainda é uma jornada memorável, mas é impossível ignorar que, mesmo com o novo visual, algumas limitações do passado permanecem mais vivas do que deveriam.

The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no Xbox Series S por meio do Game Pass.

Fonte: Game On
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