A Nightdive Studios continua dando vida nova a jogos clássicos, com o nome da vez sendo Outlaws + Handful of Missions: Remaster, um jogo de tiro em primeira pessoa ambientado no Velho Oeste.
Lançado originalmente em 1997 pela LucasArts, Outlaws conta a história do ex-marshall (ou delegado) e pistoleiro, James Anderson, que teve a esposa assassinada e a filha sequestrada por foras da lei. Em sua jornada, ele fará de tudo para resgatar sua filha das mãos desse perigoso grupo de bandidos.
Uma aventura no Oeste Selvagem
A última vez que me lembro de ter jogado esse game foi justamente no fim dos anos 90, quando ele saiu no Brasil pelas mãos da extinta Brasoft, que lançava vários jogos no país para PC com localização e manual em português. Na época, o game era chamado de Outlaws: Cidade Sem Lei.
O principal aspecto de melhoria no remaster é, sem dúvida, o visual. Com gráficos em alta definição, agora é possível enxergar mais detalhes nos cenários e nos personagens. A performance também está muito mais elevada em comparação com o jogo original.
Na jogabilidade, o novo game apresenta suporte para ser jogado com controles tradicionais, mas ainda pode ser aproveitado com mouse e teclado se você estiver no PC.
Conforme dito anteriormente, a trama envolve o protagonista James Anderson, que parte em busca de sua filha que foi sequestrada por malfeitores, que fazem parte de um bando liderado pelo temível e ganancioso Bob Graham.
Ao longo das várias fases do jogo, você deve encarar os membros do grupo de Graham, incluindo nomes como Dr. Morte e Spittin’ Jack Sanchez, que aparecem sem aviso prévio quando você está perto do fim das fases. Diferentemente dos inimigos normais, o dano causado pelos chefes é considerável, com eles podendo te derrotar com apenas um disparo se você não se cuidar.
Por esse motivo, é essencial salvar o progresso do jogo o tempo inteiro, seja de forma rápida ou manual, já que infelizmente não foi incluído no game uma opção de salvamento automático. Quem se esquecer disso, pode ver muito do seu tempo de jogo sendo jogado fora ao ser morto no meio de um tiroteio.
Se a dificuldade elevada estiver sendo um problema, o remaster possui mira automática e invencibilidade opcionais, para que todos tenham oportunidade de aproveitar a experiência do começo ao fim.
A jogabilidade de Outlaws está refinada no remaster, sendo mais fácil de mirar nos alvos. Há também uma roda de armas e mira opcional com sensor de movimento para quem for jogar usando um controle. Falando das armas, temos o revólver calibre 45, o rifle com mira telescópica, a espingarda de cano serrado, a escopeta, a espingarda longa de cano duplo, e até mesmo uma metralhadora giratória montada, típica do fim do século XIX e que só pode ser usada com o personagem estando imóvel.
As armas precisam ser recarregadas bala por bala, dando um toque de realismo ao jogo. Basta segurar o botão de recarregar até que a arma esteja totalmente ou parcialmente cheia, para poder usá-la novamente. Há também a possibilidade de efetuar super disparos, algo especialmente útil com o revólver, já que assim ele atira bem mais rápido.
Não existem tutoriais sobre como se jogar, então é necessário dar uma olhada no menu dos controles para ver a função de cada botão e como usar determinados itens.
Além do gameplay, que é divertido na maior parte do tempo, Outlaws também se destaca com sua ótima história. O melhor de tudo, é que além das cutscenes estarem com qualidade melhorada, todos os diálogos no remaster tem a mesmíssima dublagem em português do jogo de 1997, repleta de dubladores brasileiros de peso e que não deve em nada para o áudio original em inglês.
Infelizmente a localização em português não abrange os conteúdos extras presentes no Cofre, que é o menu que você acessa para ver as artes e os bastidores da produção, com todas as descrições presentes nele estando em inglês.
Outro aspecto que merece destaque positivo é a trilha sonora, que continua maravilhosa e complementa perfeitamente a ambientação do jogo.
Ao terminar a campanha, que dura aproximadamente 4-5 horas, você pode aproveitar as missões adicionais, que colocam o protagonista na Guerra Civil americana quando ele era mais jovem e também em outras regiões para enfrentar os foras da lei do Velho Oeste. Há também o Treinamento de Delegado, onde você precisa caçar os criminosos da campanha para subir de patente.
Além do single-player, o remaster de Outlaws apresenta suporte para multiplayer local via LAN e on-line, sendo possível jogar os modos Confronto Mortal, Jogo de Equipe, Conquista da Bandeira e Mate o Bobo com a Galinha. Nenhum deles se destaca, mas o on-line funciona bem, inclusive havendo suporte para crossplay.
O lado ruim de Outlaws, que continua presente no remaster, é o péssimo design das fases, que não chega nem perto até mesmo de outros jogos de tiro da LucasArts, como Star Wars Dark Forces. Em muitos momentos, você fica perdido pensando onde ir e o que fazer, porque uma chave ou item importante está tão bem camuflado no cenário que você acaba achando que não é algo que precisa ser apanhado para que você prossiga na campanha.
O layout das fases, o posicionamento de alguns itens cruciais e o modo como certos quebra-cabeças foram feitos eram decepcionantes há quase 30 anos e continuam sendo atualmente, tanto que alguns jogadores menos pacientes provavelmente vão acabar desistindo do game ao se verem travados em um determinado lugar por muito tempo.
Considerações
A Nightdive Studios nos agracia com mais um jogo de qualidade em Outlaws + Handful of Missions: Remaster. Com novos visuais, jogabilidade refinada, ótima trilha sonora e a excelente dublagem em português do jogo original para acompanhar a história, trata-se da versão definitiva do memorável jogo de faroeste da LucasArts. Dito isso, o design das fases ainda deixa a desejar e pode fazer com que alguns jogadores desistam da aventura no meio do caminho.
Outlaws + Handful of Missions: Remaster está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series.
Esta análise foi feita no PC (Steam), com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Nightdive Studios.
