Federer busca medalha inédita na Olimpíada de Londres
4 jul2012 - 09h01
(atualizado em 5/7/2012 às 10h25)
Quase tão pontualmente quanto um relógio suíço, Roger Federer terá uma última chance de preencher o único espaço vazio em sua abarrotada estante de troféus justamente na quadra que testemunhou o desabrochar de um gênio do tênis.
As quadras de Wimbledon amadas por Federer receberão o torneio de tênis da Olimpíada de Londres dentro de algumas semanas, e aos 30 anos e com inéditos 16 títulos de Grand Slam, Federer sabe que seu tempo para novas conquistas está terminando.
O revezamento entre Rafael Nadal e Novak Djokovic no topo ultimamente deixou Federer esperando seu 17º título de Grand Slam desde que conquistou o Aberto da Austrália em 2010.
Ele pode encerrar o jejum esta semana em Wimbledon, onde já foi campeão seis vezes, mas sua melhor oportunidade de brilhar nos gramados de Londres pode chegar justamente na Olimpíada, alguns dias depois.
Desde sua surpreendente derrota para James Blake nas quartas-de-final nos Jogos de Pequim quatro anos atrás, Federer está de olho no ouro que disputará a partir de 5 de agosto, não que isso tenha se tornado uma obsessão.
Com a esposa Mirka, que conheceu quando disputava a Olimpíada de Sydney em 2000, duas filhas, milhões no banco e um ouro olímpico nas duplas com o amigo Stanislas Wawrinka, Federer parece despreocupado a respeito de suas chances.
Sua comemoração com Wawrinka na China, quando ambos rolaram na quadra se abraçando, ainda o faz sorrir.
"De fato sinto menos pressão, porque já conquistei o ouro nas duplas na Olimpíada de Pequim com Stan, e foi uma sensação incrível, tive muito orgulho de conseguir isso pela Suíça", disse Federer, que chorou após perder o bronze nos Jogos de Sydney e foi eliminado na segunda rodada pelo então desconhecido Tomas Berdych em Atenas-2004.
"Estarei super empolgado pela quarta vez, mas é minha quarta vez, então acho que estarei um pouco mais relaxado nessa Olimpíada", declarou o suíço recentemente.
"Mas não sinto que se não vencer desta vez será uma oportunidade desperdiçada ou algo assim, entende? Tentei ao máximo várias vezes, especialmente as duas últimas, e tive uma chance real de conquistar o ouro olímpico".
"Será um grande torneio. Quero curti-lo, não só desmoronar sob a pressão e só falar disso se não vencer", acrescentou.
"Não é assim que eu vejo a coisa. Qualquer medalha seria boa, mas obviamente, na minha situação, tenho que mirar o ouro".
Há quem ache que o tênis não precisa dos Jogos Olímpicos, mas a alegria de Nadal ao vencer em Pequim provou o quanto o título significou para ele, e caso Federer coroe sua carreira este ano, o feito pode render uma das imagens mais marcantes da Olimpíada de Londres.
Federer claramente acredita que o reconhecimento olímpico é bom para a modalidade.
"Wimbledon, na verdade, ajudou Londres a sediar a Olimpíada, e acho que foi ótimo, embora Wimbledon realmente não precise fazer parte da Olimpíada, para ser bem honesto", disse.
"Acho que é ótimo para o tênis, pensando na Olimpíada no futuro e para os jogadores desta geração. Eu não poderia estar mais empolgado".
O formato do torneio também pode muito bem ajudar Federer. Partidas de melhor de cinco sets com os maiores adversários se tornaram uma tarefa árdua nos dias de hoje para ele, mesmo para um tenista cujo nível permanece incrivelmente alto a despeito da ascensão de Nadal e Djokovic.
Na Olimpíada, o formato de melhor de três sets é usado até a final, e partidas podem ser decididas rapidamente, o que Federer sabe fazer e deve buscar para evitar o desgaste de jogos mais longos.
Federer carregou foi o porta-bandeira suíço na cerimônia de abertura da Olimpíada duas vezes e será uma surpresa se isso não se repetir em Londres, afinal ele é o maior esportista da Suíça e sua história em vitoriosa Wimbledon torna Londres o palco perfeito para uma terceira oportunidade.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
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Nesta quarta-feira, enquanto cerca de 30 milhões de torcedores estarão ajudando a empurrar o Corinthians em busca de seu primeiro título de Copa Libertadores diante do Boca Juniors, um pequeno pedaço de Londres ajudará modestamente no apoio pelo time de Tite. Na região de Tolworth, mais exatamente no acanhado Estádio de King George's Field, está situado o centenário Corinthian-Casuals Football Club, justamente o time que "batizou" a equipe paulista.
Foto: Edson Lopes Jr.
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A entrada da sede do clube apresenta uma placa que deseja as boas-vindas aos visitantes
Foto: Edson Lopes Jr.
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A baliza do campo do clube não tem redes e o muro atrás do campo está pichado. A sede do time inglês não lembra nem de longe a estrutura à disposição dos corintianos de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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Ao invés de obras de estádios e centros de treinamentos gigantescos, o Corinthian-Casuals dispõe de um campo pequeno, rodeado por uma arquibancada para cerca de 250 torcedores.
Foto: Edson Lopes Jr.
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Após passar pela entrada de terra e pedra do King George's Field, o visitante se depara com uma pequena construção que reúne cozinha, bar, sala de troféus e salão de bailes
Foto: Edson Lopes Jr.
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Aos fundos, os vestiários de mandantes, visitantes e de árbitros, além de um escritório
Foto: Edson Lopes Jr.
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Colados na parede dos vestiários, alguns cartazes com palavras de incentivo. "Foco", "Simplicidade", "Concentração" e "Frieza" são alguns dos termos presentes
Foto: Edson Lopes Jr.
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Considerado uma potência do futebol inglês no começo do Século XX, o então Corinthian Football Club disputa hoje a Primeira Divisão Sul da Isthmian League, equivalente à sétima divisão do Campeonato Inglês.
Foto: Edson Lopes Jr.
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A sede do "Corinthians inglês" é recheada de placas que homenageiam feitos e pessoas envolvidas com a história do clube
Foto: Edson Lopes Jr.
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Essa, por exemplo, homenageia Geoff Harvey, homem que, segundo eles, "ajudou a salvar o Corinthian-Casuals em um momento das trevas"
Foto: Edson Lopes Jr.
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Essa medalha, com o símbolo do Corinthians paulista, homenageia o clube brasileiro
Foto: Edson Lopes Jr.
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A sede do clube apresenta algumas flâmulas de times brasileiros, entre elas a do Corinthians paulista. . Considerado um time de destaque na Inglaterra nos tempos do futebol amador, o Corinthian-Casuals viajava pelo mundo em excursões e passou pelo Brasil em 1910. Foram seis jogos e seis vitórias, com destaque para um 10 a 1 sobre o Fluminense. Tal apresentação impressionou os entusiastas do futebol em São Paulo, e daí surgiu o Sport Club Corinthians Paulista.
Foto: Edson Lopes Jr.
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Há na sede uma taça enviada pela Federação Paulista de Futebol, em homenagem ao Corinthian-Casuals, que originou o Corinthians paulista
Foto: Edson Lopes Jr.
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No salão de baile do clube, diversos pôsteres, troféus e medalhas contam a rica história do Corinthian-Casuals. Além de partidas em países como Escócia, Rússia, África do Sul e Japão desde a década de 80, o time mostra com orgulho uma flâmula autografada do Manchester United, contra o qual a equipe fez um amistoso de pré-temporada em 31 de julho de 2004
Foto: Edson Lopes Jr.
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Nos corredores há quadros que ilustram momentos importantes da história do clube inglês
Foto: Edson Lopes Jr.
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Mesmo longe do brilho que vivia há cem anos, o Corinthian-Casuals ainda hoje sabe que é um clube muito querido, especialmente pelos alvinegros do Brasil.
Foto: Edson Lopes Jr.
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"Eventualmente, recebemos uma ou duas visitas por ano", conta Brian Phillips, 66 anos, uma espécie de "faz-tudo" do clube, que recebeu a reportagem do Terra no estádio em Tolworth, ciente do motivo das passagens dos turistas.
Foto: Edson Lopes Jr.
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O clube não possui uma boa estrutura
Foto: Edson Lopes Jr.
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Um funcionário cuida do gramado do Estádio de King George's Field
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Quadro com uma foto da partida comemorativa do 125º aniversário do Estádio de Wembley. O Corinthian-Casuals, que já foi um dos maiores clubes da Inglaterra, atualmente amarga a 7ª divisão do futebol inglês
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