O surfista brasileiro Gabriel Medina faz aniversário nesta segunda-feira (22) e completa 32 anos de idade. O tricampeão mundial da WSL se prepara para retornar ao cenário competitivo após uma temporada de ausência por lesão. Enquanto Medina não entra em cena para a temporada 2026, relembre a trajetória marcante de um dos principais nomes da história do esporte com pranchas.
Em seu ano de estreia no Championship Tour, Gabriel chamou a atenção ao vencer dois eventos da principal divisão da WSL. A temporada 2011 teve Medina no topo do pódio nas provas da França e da Califórnia, quando o brasileiro tinha 17 anos. Dois anos mais tarde, em 2013, o surfista natural de Maresias venceu o Mundial Junior em Santa Catarina, mostrando que algo especial estava sendo construído.
Assim se iniciava a temporada 2014, com Medina em alta, mas ainda desacreditado nos debates de favoritismo ao título mundial. Na primeira etapa, disputada na Gold Coast, Gabriel medina escreveu um roteiro brilhante e venceu a abertura do Championship Tour, se posicionando na liderança do ranking. Naquele evento, o paulista derrotou Mick Fanning, Taj Burrow e Joel Parkison em sequência, frustrando a festa da torcida australiana presente na praia.
O nome de Gabriel Medina voltou a ser destaque ao vencer a etapa em Fiji, disputada no mesmo período em a Copa do Mundo de futebol se iniciava no Brasil. O surfista também brilhou no Taiti, em agosto de 2014, quando foi campeão em final épica diante de Kelly Slater, fechando o evento com um somatório de 18.96 contra 18.93 do norte-americano. A briga pelo título mundial ainda teve traços de dramaticidade em Portugal, porque Medina caiu precocemente na etapa em que poderia definir o resultado. Tudo ficou para o Havaí, e diante de um palco lendário do surfe como Pipeline, Gabriel soube lidar com a pressão e garantiu o primeiro título mundial de surfe ao Brasil, 3 dias antes de completar 21 anos de idade.
A temporada 2018 foi de muita dominância do novo xodó da torcida brasileira. Gabriel Medina venceu três etapas e alcançou mais três semifinais, combinação decisiva que levou o paulista a conquistar seu segundo título mundial na WSL. Como destaques desta jornada, a vitória na piscina de ondas de Kelly Slater e o tão aguardado triunfo em Pipeline coroaram Medina com a liderança do ranking.
No ano seguinte, a segunda posição no ranking final causou frustração, principalmente aos fãs, devido a enorme polêmica envolvendo Medina na etapa de Portugal, penúltima do calendário. A eliminação para o compatriota Caio Ibelli nas oitavas de final em Peniche foi recheada de confusão, com uma interferência de Gabriel que determinou os rumos da disputa pelo título mundial. O bicampeão alegou que tinha a prioridade, mostrada no painel montado na areia, quando invadiu a onda surfada pelo adversário. Os juízes decidiram zerar a nota de Medina, levando Ibelli a vitória no round, em uma etapa que teve Italo Ferreira como campeão. Gabriel e seu técnico Charles tentaram de tudo para reverter a situação, mas o resultado das oitavas de final não foi alterado. Italo Ferreira foi coroado como campeão mundial de 2019 após derrotar Medina em Pipeline.
A temporada 2020 foi cancelada por conta da pandemia e os surfistas voltaram a disputar etapas em 2021. O novo calendário, encurtado para sete etapas e um formato com Finals, foi palco de um passeio de Gabriel Medina. O brasileiro dominou completamente a disputa, chegando a cinco finais, vencendo duas etapas da temporada regular e batendo Filipe Toledo na primeira edição do Finals em Trestles.
Desde a conquista do tricampeonato mundial da WSL, Medina viveu momentos conturbados dentro e fora d'água e não conseguiu repetir a fórmula do sucesso. Em 2024, conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos em Teahupo'o, onda em que já tinha conquistado títulos na WSL. Na liga de surfe, no entanto, Gabriel surfou apenas três etapas em 2022 e foi ausência de todos os eventos em 2025. O brasileiro chegou a solicitar convite para participar de uma etapa na atual temporada, mas a organização não atendeu o pedido e Medina não disputou o evento no Taiti.
Gabriel Medina estará de volta a WSL em 2026 para tentar ultrapassar grandes nomes do surfe mundial como Mick Fanning e Andy Irons em títulos mundiais. Para isso, o brasileiro precisa retomar o ritmo de competição e mostrar que está pronto para assumir o protagonismo que saiu de suas mãos em temporadas recentes. O calendário apresenta um cenário positivo para o sucesso, e o tricampeão tem plenas condições de reassumir o topo do esporte.