O Santos deu mais um passo em seu processo de modernização ao anunciar a contratação do Dr. Ádan Jardim para liderar a implementação de um Protocolo de Neurociência Aplicada ao Esporte no futebol profissional do clube. A iniciativa, considerada pioneira no cenário nacional, passa a integrar o dia a dia do elenco principal e já começa a ser aplicada nas categorias de base, com foco especial no time Sub-20 que disputará a Copinha de 2026.
Referência em saúde mental e um dos nomes que introduziram a neuromodulação no Brasil, Ádan Jardim é mestre em Ciências pelo Instituto de Psiquiatria da USP e se destaca pelo desenvolvimento de métodos voltados à otimização do desempenho cognitivo, técnico e físico de atletas de alto rendimento.
A diretoria santista avalia a chegada do especialista como parte de uma estratégia mais ampla de qualificação dos departamentos do clube. O presidente Marcelo Teixeira destacou que o investimento reforça a identidade histórica do Santos ligada à inovação e à formação de atletas. Segundo ele, a adoção de um protocolo científico desse nível representa mais um avanço no cuidado com a saúde e na busca por excelência esportiva.
O método estruturado por Ádan Jardim segue parâmetros utilizados em grandes centros do futebol europeu e se apoia em quatro eixos principais: técnica, cognição, condicionamento e recuperação. A proposta é atuar diretamente na melhoria da concentração, da precisão e da velocidade de decisão, sobretudo em contextos de alta intensidade competitiva. No campo técnico, o protocolo trabalha aspectos como coordenação motora fina, qualidade nos passes e finalizações.
Coordenador médico e responsável pela área de saúde do Santos, o Dr. Rodrigo Zogaib explicou que o projeto inclui a criação de um laboratório de neuromodulação a partir de 2026. Em sua avaliação, trata-se de um recurso ainda raro no futebol brasileiro, mas com potencial relevante tanto na reabilitação quanto no treinamento. Ele destacou que a tecnologia permite simular situações reais de jogo por meios eletrônicos, estimulando respostas cognitivas ligadas a ações como dribles, chutes e passes, além de contribuir para processos de recuperação mais eficientes.
Além do aspecto cognitivo, o protocolo também contempla estratégias voltadas à sustentação física ao longo da temporada. O objetivo é otimizar os intervalos entre treinos e partidas, reduzir o desgaste acumulado e favorecer maior regularidade de rendimento dos atletas.
Ao comentar o novo desafio, Ádan Jardim afirmou que encara o trabalho no Santos como uma responsabilidade à altura da história do clube. Ele ressaltou a importância simbólica da camisa alvinegra, citando ídolos formados na Vila Belmiro, e garantiu que o projeto será conduzido com rigor científico e compromisso diário. O especialista também fez questão de agradecer à equipe médica e aos profissionais envolvidos na implementação do protocolo.
Com a adoção da neurociência aplicada ao esporte, o Santos reforça sua vocação para incorporar tendências que já influenciam o futebol de alto rendimento em nível internacional, apostando em ciência e tecnologia como ferramentas estratégicas para o presente e o futuro do clube.
