De saída do Palmeiras para defender o Al Wahda, dos Emirados Árabes, a partir do próximo dia 18 de agosto, o meia Valdivia não poupou críticas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Os principais alvos do chileno foram o presidente alviverde Paulo Nobre e o diretor de futebol Alexandre Mattos - que segundo ele, nunca quiseram sua permanência -, além do departamento médico do clube.
Segundo Valdivia, Nobre e Mattos diziam "para fora" que gostariam que ele ficasse no Palmeiras, mas dentro do clube era sabido que os dirigentes não o queriam. O jogador afirmou que recebeu uma única proposta, por e-mail, de R$ 120 mil de salários fixo, mais R$ 60 mil por jogo em que ele fosse titular. Ele não aceitou o contrato por produtividade, argumentando que poderia perder jogos por ser convocado ou por sofrer uma lesão grave, e não houve outra oferta.
Entre as críticas aos dois dirigentes, Valdivia disse que Nobre parou de responder suas mensagens, sequer o parabenizou pela conquista da Copa América com o Chile e mentiu quando disse que todos os atletas do Palmeiras aceitaram a produtividade. Já em relação a Mattos, o jogador afirmou que o diretor o "enrolou" e ficou de "papinho furado" sobre sua renovação, mas desejou sorte a ele em seu futuro no clube.
As reclamações sobre a estrutura médica do Palmeiras também foram pesadas. Valdivia afirmou que a culpa por tantas lesões não foi só dele, e a prova disso é que todo o departamento médico do clube está sendo reformulado. Ele disse que nunca fez corpo mole para não jogar - e que, pelo contrário, muitas vezes entrou em campo sem condições físicas para ajudar o time.
Perguntado sobre a regularidade mostrada em sua participação na Copa América pelo Chile, quando jogou todos os jogos e foi um dos destaques do torneio, Valdivia disse que o método de trabalho na seleção é diferente, com "treinos curtos e intensos". E voltou a ironizar Nobre ao dizer que confiava "1.000%" em seu fisioterapeuta particular, o cubano José Amador: "quer dizer, 1.000% não, porque teve um cara que falou que confiava 1.000% no Oswaldo de Oliveira e mandou ele embora".
Por fim, o jogador declarou que seu salário no Palmeiras é de cerca de R$ 350 mil e negou que tenha sido "mercenário" no clube alviverde. Segundo Valdivia, ele recusou uma proposta milionária da China, e ficou para jogar a Série B em 2013 quando poderia ter saído. O jogador também disse que o Palmeiras ainda deve cerca de R$ 1 milhão a seu pai, e assumiu que fez "coisas erradas", principalmente excesso de baladas, mas que isso ficou "no passado" e durou "no máximo até 2012".