Em nova onda de protestos em uma cidade-sede da Copa das Confederações, a Polícia Militar e manifestantes entraram em confronto na tarde desta quinta-feira, em Salvador, onde logo mais Uruguai e Nigéria realizarão duelo na Arena Fonte Nova, pela segunda rodada da competição. Bombas de gás lacrimogêneo e armas com balas de borracha foram utilizadas pela polícia para dispersar manifestantes. 15 ônibus foram incendiados em uma das ligações para o estádio.
BA: no meio do confronto, manifestante pede Paz
Video Player
O confronto começou quando cidadãos que protestavam tentaram furar a segunda barreira policial nas proximidades da Arena. A primeira barreira contava com policiais, sem escudo, mas a segunda contava com oficiais da Tropa de Choque que não permitiram a continuidade do protesto a caminho do estádio.
Além do gás, a polícia também utilizou gás de pimenta e depois tiros com balas de borracha para conter a população, que chegou a ficar acuada. Depois, os protestantes também passaram a revidar com paus, pedras e estilhaços de vidro, que foram quebrados dos comércios da região - todas lojas estavam fechadas. Carros nas proximidades também foram destruídos pelo caminho.
Outra forma de defesa improvisada pelos protestantes foi uma barricada formada por banheiros químicos. Após recuarem por causa dos ataques policiais, as pessoas passaram a se esconder atrás desses banheiros derrubados pela avenida. Um ponto de ônibus também foi quebrado durante o momento mais agitado do conflito.
Posteriormente, em outra tentativa de avanço contra a polícia, os manifestantes passaram a gritar que as ruas de Salvador pertencem a Bahia, e não a Fifa. Mais uma vez vez a resposta da Tropa de Choque foi com bombas de gás lacrimogêneo, que fizeram a população recuar e recriaram um cenário de guerra na capital baiana, cerca de um quilômetro da entrada da Arena Fonte Nova.
A chegada de reforço policial, com mais homens, cavalarias e inclusive dois helicópteros fizeram a confusão enfim diminuir, por volta das 17h10 (de Brasília). Com menos resistência da população, a Tropa de Choque avançou, mas dessa vez atirando menos balas de borracha e usando apenas bombas de lacrimogêneo. Porém, foi confirmado pela PM que pelo menos dois policiais ficaram feridos nesta tarde.
Publicidade
Com o avanço da Tropa de Choque pela avenida, o que os manifestantes conseguiram fazer foram algumas barricadas de objetos queimados no meio da rua. Os policiais passaram por estas barreiras e foram até a Praça da Piedade, onde os confrontos continuaram a acontecer, com a população cada vez mais dispersa. Algumas pessoas chegaram a se ajoelhar para mostrar que estavam rendidos e pedindo paz.
Veja enfrentamento entre polícia e manifestantes na BA
Video Player
Nem todos os protestantes de Salvador ficaram envolvidos na batalha. Atrás de quem entrava em conflito na Avenida Joana Angélica, existiam diversas pessoas que usavam camisetas brancas e pediam paz para ambos os lados. Outros manifestantes também se dispersaram pela cidade e foram, por exemplo, para o Dique do Tororó. Porém, lá também aconteceram problemas.
A estratégia da PM era avançar gradativamente a cada 50 metros, empurrando o grupo para trás. O clima se tornou tenso quando alguns integrantes arrastaram dois contêineres de lixo para a rua e atearam fogo, dado início a uma onda de depredações, enquanto gritavam que iriam rumar para a prefeitura de Salvador e “quebrar tudo”.
Os agressores usaram como “armas” cones de sinalização de trânsito, além de paus e pedras, que foram jogados sobre 15 ônibus e micro-ônibus, além de um que foi incendiado. O clima foi de pânico entre os manifestantes contrários ao vandalismo, que gritavam em coro "sem violência, sem violência".
Publicidade
Quando o clima de vandalismo enfim foi controlado pela polícia, a maior parte da multidão, identificada com o Movimento Passe Livre, se retirou do local. Uma brigada de saúde, integrada por profissionais da área de saúde voluntários e identificada por roupas brancas, atendeu os feridos.
Confronto gera correria nas ruas de Salvador
Video Player
O protesto, pacífico inicialmente, começou na Praça do Campo Grande, a partir das 14h (de Brasília), e reuniu entre 10 mil e 20 mil pessoas. Depois elas foram para o estádio pela Avenida 7 de Setembro, divididas em grupo.
As principais reivindicações do protesto eram pelo passe livre no transporte público, mas foi possível ver também cartazes de críticas sobre a Copa do Mundo e contra a aprovação do projeto nomeado de "cura-gay".
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Militar da Bahia enviou uma nota oficial sobre as decisões tomadas durante o confronto:
"A Polícia Militar da Bahia esclarece que a utilização de granadas fumígenas com agente químico CS (gás lacrimogêneo), por integrantes da Corporação atendeu a necessidade de garantir a proteção das pessoas e do patrimônio público e privado.
Publicidade
A PM ratifica que as ações desenvolvidas estão em consonância com os padrões técnicos e legais do uso progressivo da força."
1 de 50
Um novo protesto aconteceu em Salvador, nesta quinta-feira (20), nos arredores da Arena Fonte Nova, antes da partida entre Uruguai x Nigéria
Foto: Bruno Santos
2 de 50
A polícia entrou em confronto com os manifestantes
Foto: Bruno Santos
3 de 50
Bombas de gás lacrimogêneo e armas com balas de borracha foram utilizadas pela polícia para dispersar manifestantes
Foto: Bruno Santos
4 de 50
O confronto ocorreu quando cidadãos que protestavam tentaram furar a segunda barreira policial nas proximidades da Arena
Foto: Bruno Santos
5 de 50
A primeira barreira contava com policiais, sem escudo, mas a segunda contava com oficiais da Tropa de Choque
Foto: Bruno Santos
6 de 50
A Tropa de Choque não permitiu a continuidade do protesto a caminho do estádio
Foto: Bruno Santos
7 de 50
Além do lacrimogêneo, a polícia também utilizou gás de pimenta e tiros com balas de borracha para conter a população
Foto: Bruno Santos
8 de 50
Manifestantes ficaram acuados
Foto: Bruno Santos
9 de 50
Depois, os manifestantes também passaram a revidar com paus, pedras e estilhaços de vidro, que foram quebrados dos comércios da região
Foto: Bruno Santos
10 de 50
Todas as lojas da região estavam fechadas
Foto: Bruno Santos
11 de 50
Carros nas proximidades também foram destruídos pelo caminho
Foto: Bruno Santos
12 de 50
Homem exibe ferimento na cabeça
Foto: Bruno Santos
13 de 50
Outra forma de defesa improvisada pelos manifestantes foi uma barricada formada por banheiros químicos
Foto: Bruno Santos
14 de 50
Manifestantes carregam caçamba para o confronto
Foto: Reuters
15 de 50
Polícia observa homem próximo a fogueira nos arredores da Arena
Foto: Reuters
16 de 50
Bombas de gás lacrimogêneo são lançadas contra manifestantes
Foto: Reuters
17 de 50
Mulher exibe corte no pé após confusão no protesto
Foto: AP
18 de 50
Manifestante atira objeto contra Tropa de Choque
Foto: Reuters
19 de 50
Crianças fogem após manifestação que acabou em confronto com a polícia
Foto: Reuters
20 de 50
Após recuarem por causa dos ataques policiais, as pessoas passaram a se esconder atrás desses banheiros derrubados pela avenida
Foto: Terra
21 de 50
O protesto começou na Praça do Campo Grande
Foto: Terra
22 de 50
A manifestação reuniu entre 10 mil e 20 mil pessoas
Foto: Terra
23 de 50
Policial atira bala de borracha
Foto: Terra
24 de 50
Banheiros químicos foram usados por manifestantes como barricada
Foto: Terra
25 de 50
Polícia atira bomba de gás contra manifestantes
Foto: Terra
26 de 50
Presidente Dilma Rousseff e governador da Bahia, Jaques Wagner, são alvos de protesto
Foto: Terra
27 de 50
Manifestantes exibem cartazes
Foto: Bruno Santos
28 de 50
Manifestantes gritam palavras de ordem durante protesto
Foto: Bruno Santos
29 de 50
PEC37 é um dos alvos dos manifestantes
Foto: Bruno Santos
30 de 50
Megafones foram utilizados por manifestantes
Foto: Bruno Santos
31 de 50
Manifestantes exibem rostos pintados e narizes de palhaço
Foto: Bruno Santos
32 de 50
Manifestantes convocam artistas para o protesto
Foto: Bruno Santos
33 de 50
Cartazes pedem mais investimento na educação
Foto: Bruno Santos
34 de 50
Faixas e cartazes pediam melhorias em vários setores públicos
Foto: Bruno Santos
35 de 50
As principais reivindicações do protesto eram pelo passe livre no transporte público
Foto: Bruno Santos
36 de 50
Manifestante exibe rosto pintado de verde
Foto: Bruno Santos
37 de 50
O protesto começou às 14h, cinco horas antes da partida
Foto: Bruno Santos
38 de 50
O deputado Marco Feliciano também foi alvo de protesto
Foto: Bruno Santos
39 de 50
Manifestantes se concentram nos arredores da Arena
Foto: Bruno Santos
40 de 50
Mais investimento no setor de transportes foi uma das reivindicações do protesto
Foto: Bruno Santos
41 de 50
Pessoas também pediram melhorias na saúde e educação, "com padrão Fifa"
Foto: Bruno Santos
42 de 50
Manifestantes carregaram a bandeira do Brasil
Foto: Bruno Santos
43 de 50
Flores também estavam entre os objetos levados pelos manifestantes
Foto: Bruno Santos
44 de 50
Mulheres exibem rostos pintados e seguram faixas com palavras de ordem
Foto: Bruno Santos
45 de 50
Entre os alvos dos cartazes de protesto estava o governador da Bahia, Jaques Wagner
Foto: Bruno Santos
46 de 50
Manifestante levanta a bandeira gay e protesta contra o deputado Marco Feliciano
Foto: Bruno Santos
47 de 50
Manifestantes pintaram os rostos
Foto: Bruno Santos
48 de 50
Cartaz cita a violência da PM de São Paulo contra manifestantes e imprensa na quinta-feira (13)
Foto: Bruno Santos
49 de 50
Manifestantes citam trechos de canções e questionam sobre o investimento no transporte público
Foto: Bruno Santos
50 de 50
Manifestantes saíram à rua nesta quinta em Salvador