Último jogo nos Aflitos marca rito de passagem para Náutico e torcida

De mudança para a Arena Pernambuco e em situação ruim, alvirrubro vive clima de despedida com o estádio onde joga desde 1939

1 jun 2013 - 07h53
(atualizado às 08h08)
Samuel Santos começou a vender sorvete nos Aflitos aos 17 anos. Seu pai começou a trabalhar lá em 1942 e Vevete já prepara o filho para assumir o posto
Samuel Santos começou a vender sorvete nos Aflitos aos 17 anos. Seu pai começou a trabalhar lá em 1942 e Vevete já prepara o filho para assumir o posto
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Inaugurado em 1939, o Estádio Eládio de Barros Carvalho foi a casa do Clube Náutico Capibaribe por mais de 70 anos. No próximo domingo, a partir das 18h30 (de Brasília), quando o time entrar para disputar a partida contra a Portuguesa, pela terceira rodada do Brasileiro da Série A, estará também dando adeus ao palco das suas principais glórias e das suas mais tristes histórias, como a famosa "Batalha dos Aflitos". Mas, para quem faz o clube, é só mais uma etapa.

Desde 1942, o pai de Samuel Santos vendia um sorvete com três sabores nos Aflitos (como o estádio é conhecido, por ficar nesse bairro). Hoje, o filho assumiu e já passa os segredos da profissão para o filho. “É triste, mas tenho esperança ainda de ir para a Arena Pernambuco”, conta Vevete, como é conhecido o sorveteiro, que diz já ter recebido resposta positiva para trabalhar no Centro de Treinamento Wilson Campos.

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Desde pequeno ele acompanhava o trabalho do pai e ainda criança assistiu às glórias do time hexacampeão Pernambucano. Aos 17 anos, assumiu o posto do pai, sempre trabalhando com os sabores morango, coco e creme e adoçando um pouco mais a vida dos torcedores alvirrubros. Vevete é um dos símbolos de um Náutico que vai se modificar, mas ele ainda acredita que pode conviver com a modernidade no clube.

Sabendo da importância da despedida, a diretoria do Náutico vai fazer homenagens a ex-jogadores que tiveram passagens marcantes pelos Aflitos. Integrantes do time hexacampeão estadual, os meias dos anos 60, Salomão e Ivan Brondi, estão entre os homenageados. Outro personagem importante é o lateral-esquerdo Marinho Chagas, ídolo em 1972, que disputou a Copa do Mundo de 1974.

Após duas derrotas, time do Náutico precisa se reabilitar na histórica despedida. Em caso de derrota, cargo do treinador Silas está ameaçado
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Os jogadores homenageados receberão placas e os torcedores poderão comprar camisas retrô, que lembram as utilizadas pelo ex-atletas. Além disso, o clube também preparou uma réplica dos Aflitos que já está à venda, nas lojas do clube.

As ações continuam após a última partida do Brasileiro, com um torneio entre sócios, jogo de despedida de Kuki e até mesmo um show, que deve ser realizado em julho. Mas as festas terão um brilho maior com uma vitória neste domingo.

“É o jogo de um adeus de um estádio que para muitos é como se fosse um filho ou como se fosse a casa dele”, explica o treinador Silas. Recém chegado ao Náutico, ele garante não ter a mínima dúvida que a partida será a mais importante do ano para o time. Na verdade, além do momento histórico, o time vem em crise por ter sido derrotado pelo Grêmio na estreia e pelo Vitória na segunda rodada.

Silas tem a responsabilidade de iniciar uma virada neste jogo que será histórico para os alvirrubros e convoca os torcedores: “espero que todos que venham aqui domingo saibam que quem entrou em campo respeitou a história dos Aflitos”. Com esse espírito, mais do que uma simples vitória, o Náutico parte para tentar iniciar uma reviravolta na partida de despedida do seu estádio.

Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
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