Ana Patrícia parecia não acreditar que ela e Duda são campeãs olímpicas. Quando elas fecharam o tiebreak diante de Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson, a camisa número 1 do Brasil caiu de joelho na areia e não conseguiu segurar o choro.
A cobertura dos Jogos de Paris no Terra é um oferecimento de Vale.
As lágrimas representavam a felicidade de quem precisou dar uma volta por cima após ser alvo de muitas ofensas após cair nas quartas de final dos Jogos de Tóquio, em 2021, ao lado da parceira Rebecca. Na ocasião, ela chegou a até passar mal durante a zona mista e teve que sair da arena de cadeiras de rodas.
“O pós Tóquio foi muito traumático para mim. O hate, as ofensas, muita gente dizendo que eu tinha que desistir, que eu era vergonha, que eu tinha que me matar. E foi muito pesado para mim isso, porque eu realmente cogitei parar, pensei o que eu ia fazer da minha vida”, relatou.
“E, graças a Deus, graças a muita gente, graças a Duda também, isso não aconteceu. Então, todas essas coisas passaram na minha cabeça, muita coisa da minha infância. E, cara, eu não sei. É muita coisa, é muita coisa. Literalmente, passou um filme ali na minha cabeça, e todo mundo falava, vocês ganharam, e eu não acreditava”, completou.
Diferente da primeira experiência olímpica, Ana Patrícia afirmou que conseguiu curtir cada momento do torneio em Paris. Ela se sentiu feliz todos os dias. A única preocupação era uma hérnia na lombar, que não permite que ela treine mais que 40 minutos.
“Eu acho que foi perfeito, cara. Eu não tenho nada para falar daqui. Eu fiz o que eu queria fazer, eu comi o que eu queria comer sem culpa, a gente brincou quando podia brincar também sem culpa. Então, assim, eu posso dizer que estou realizada pela medalha muito, mas eu estaria muito realizada por viver tudo o que eu vivi aqui da forma que eu vivi”, analisou.