A longa espera do torcedor do Icasa por justiça chegou ao fim nesta quinta-feira (18) com um desfecho milionário. O presidente do clube, Celso Pontes, confirmou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) depositou R$ 80,9 milhões em uma conta judicial em favor da equipe de Juazeiro do Norte. O pagamento encerra um litígio que se arrastava há mais de uma década e diz respeito ao acesso não concretizado para a elite do futebol brasileiro em 2014, direito que o Verdão do Cariri reivindicava nos tribunais.
A origem dessa indenização remonta à Série B de 2013. Naquela edição, o Icasa terminou a competição na quinta colocação, apenas um ponto atrás do Figueirense, que fechou o G-4 e subiu para a primeira divisão. No entanto, o clube catarinense escalou o jogador Luan Niezdzielski de forma irregular em uma partida contra o América-MG. O atleta estava suspenso, mas entrou em campo mesmo assim, o que motivou a ação judicial.
O Icasa acionou a Justiça Desportiva na época, solicitando a perda de pontos do adversário. A CBF chegou a reconhecer posteriormente a falha que garantiria o acesso inédito dos cearenses, mas recorreu das decisões judiciais iniciais. Essa manobra jurídica adiou o pagamento e transformou o caso em uma novela de 11 anos, encerrada apenas agora com a liberação dos recursos.
Icasa fica com R$ 75 milhões do montante
A justiça determinou um valor total de indenização de R$ 84,3 milhões no alvará. Deste montante, R$ 75 milhões ficarão com o clube e o restante cobrirá honorários advocatícios. A quantia depositada judicialmente não cairá integralmente na conta corrente da agremiação de imediato, pois servirá para garantir que todas as dívidas que o clube possui na Justiça sejam descontadas diretamente da fonte.
Ainda assim, a diretoria projeta um futuro transformador com o saldo restante. O plano de gestão envolve a modernização completa do "Praxedão", o centro de treinamento do clube, e a montagem de um elenco competitivo para a disputa da Série B do Campeonato Cearense do próximo ano. O aporte financeiro surge como a esperança de recolocar o Verdão, que não disputa a elite estadual desde 2022, no mapa do futebol nacional. A CBF não se pronunciou sobre o caso.
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