Feliz no Catar, Rodrigo Tabata adia retorno ao Brasil

14 set 2014 - 11h14
(atualizado às 11h14)
Tabata viveu fase artilheira no futebol do Oriente Médio
Tabata viveu fase artilheira no futebol do Oriente Médio
Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

O meia Rodrigo Tabata é um entre tantos jogadores que se destacam no Brasil e seguem para mercados emergentes do futebol estrangeiro. Feliz no Oriente Médio, Tabata rechaça por enquanto um retorno ao Brasil. Após se adaptar à cultura e ao futebol local, viveu fase artilheira e até serviu de garçom para o lendário atacante espanhol Raúl González.

Jogador de boa habilidade, Rodrigo Tabata despontou no futebol brasileiro com a camisa do Goiás. As boas apresentações na campanha que levou o clube esmeraldino ao terceiro lugar da Série A em 2005 despertaram o interesse do Santos. Na equipe paulista, Tabata teve certo brilho e participou do bicampeonato paulista em 2006 e 2007.

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O meia partiu para o futebol europeu para jogar na Turquia, onde defendeu Gaziantespor e também o Besiktas. Desde 2011, Rodrigo Tabata está no futebol do Oriente Médio jogando no Catar. Defendeu o Al Rayyan entre 2011 e 2013, onde viveu fase artilheira sob o comando de Paulo Autuori.

Desde a temporada passada, Tabata mudou de equipe no Catar e defende o Al Saad. Feliz no futebol do Oriente Médio, o meia de 33 anos ainda não sabe quando voltará aos gramados brasileiros. No entanto, o jogador manifestou o interesse de encerrar a carreira com a camisa do Goiás, clube que o projetou nacionalmente.

Em entrevista ao Terra, o meio-campista comentou sobre seu atual momento na carreira, sobre a vida no Oriente Médio e também sobre as perspectivas dele sobre o futebol brasileiro e a Copa do Mundo que será disputada no Catar em 2022.

Meia Rodrigo Tabata, 33 anos, em ação pelo Al Saad
Foto: Arquivo pessoal / Divulgação
Confira a entrevista concedida ao Terra:

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Terra: Depois do sucesso no Goiás e no Santos já são seis anos fora do Brasil. Como vê seu atual momento na carreira?

Tabata: Graças a Deus foram quatro anos e meio muito bons na minha carreira, dois anos no Goiás e dois anos e meio no Santos. Me vejo em um momento muito bom na carreira, estou produzindo muito bem.

Terra: Quando chegou no Al Rayann você assumiu um momento mais goleador. O que mudou no Rodrigo Tabata?

Tabata: Acho que a experiência ajudou bastante, passei a jogar mais próximo da área. Eu já fazia uns golzinhos, mas minha principal característica é dar assistência. Só que fazer gols é sempre muito bom. Quando cheguei peguei o Paulo Autuori como treinador e isso me ajudou a jogar próximo da área e fazer mais gols.

Terra: É muito diferente o futebol no Oriente Médio? Qual foi o maior impacto que você sentiu?

Tabata: É muito diferente, são países muito jovens que estão começando a desenvolver o futebol. O profissionalismo dos atletas foi o que me causou mais impacto, em relação a horários e dedicação nos treinamentos. Mas, graças a Deus, consegui me adaptar e ajudar um pouco para essas mudanças acontecerem.

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Terra: E a vida no país? Com a cultura tão diferente?

Tabata: A vida aqui é maravilhosa, eu e minha família estamos muito felizes aqui. Segurança que não existe no Brasil e qualidade de vida para os filhos também é muito boa, educação, saúde entre outras coisas.

Terra: Quanto a realização da Copa do Mundo vai contribuir para o futebol aí?

Tabata: Com certeza já está contribuindo. A estrutura que eles têm aqui já é sensacional e vai ficar muito melhor. E, principalmente, no profissionalismo dos atletas já se nota uma pequena mudança.

Terra: É realmente impossível fazer a Copa do Mundo em junho ou julho? O melhor mesmo seria mudar a data como a Fifa está estudando?

Tabata: Os jogos, com certeza, não seria o problema porque já tem estádio com ar condicionado, que é o caso do Al Saad, o meu atual clube. Se joga sem problemas, mas para quem vem assistir é impossível, muito calor! É como uma sauna molhada, Com certeza será melhor em janeiro ou dezembro.

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Rodrigo Tabata conversa com o espanhol Raúl
Foto: Arquivo pessoal / Divulgação
Terra: Falando em Al Saad, como foi jogar com o Raúl?

Tabata: Uma experiência muito boa, é muito inteligente para jogar. É até difícil para elogiar, o cara foi capitão do Real Madrid durante 20 anos, muito acima da média. Eu até brincava com ele: pô Raúl, jogou com o Ronaldo e com o Zidane e agora tem que receber passe do Tabata! (risos).

Terra: Mudando de assunto, como você viu o fiasco da Seleção Brasileira na Copa do Mundo?

Tabata: Olhando os outros jogos eu já imaginava que não seria fácil chegar à final, ainda acreditava porque tínhamos o Neymar. Quando ele se machucou seria quase impossível ganhar. Lógico que o 7 a 1 foi uma coisa lamentável, mas nunca vai acontecer novamente, foi um acidente. Seria normal a derrota por 3 a 1, ou 2 a 0.

Terra: E o futebol no Brasil? Como está vendo a atuação do Bom Senso? A organização do nosso futebol te desanima a voltar?

Tabata: Acompanho todos os dias o futebol brasileiro. Sou amigo do Alex, além de fã, é um cara muito inteligente. Concordo com as ideias do Bom Senso, espero que as mudanças aconteçam que será para melhorar o futebol brasileiro. Mas meu objetivo hoje é ficar por aqui mesmo, eu e minha família estamos felizes aqui.

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Terra: Quando encerra seu contrato? Quando voltar ao Brasil tem preferência por Santos ou Goiás?

Tabata: Meu contrato termina em julho do ano que vem, mas pretendo continuar aqui. Meu pensamento quando saí do Brasil é que quando voltasse mais experiente era encerrar a carreira no Goiás, mas quando vai chegando a idade fica difícil, pois é difícil contratar um jogador de certa idade. Tenho 33 anos e ainda penso em ficar aqui por mais algum tempo. Tenho uma relação boa com seu Hailé Pinheiro e a família toda, sempre brincamos sobre a minha volta, mas meu objetivo é ficar por aqui, por enquanto. Vamos ver, só Deus sabe o futuro, mas tenho uma consideração muito grande pelo Goiás, é um clube que acompanho sempre.

Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
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