O Governo teve nesta quinta-feira uma reunião com os presidentes dos principais clubes de futebol do país para pedir a eles que barateiem os ingressos dos jogos, depois da polêmica alta do preço em alguns novos estádios construídos para a Copa do Mundo.
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, liderou a reunião, na qual pediu que cada clube projete uma fórmula para que se reserve uma quota de entradas baratas para os mais pobres.
"Os novos estádios vão dar valor a nosso futebol, mas há um risco de exclusão de uma parcela de torcedores", afirmou Rebelo em entrevista coletiva.
O ministro assegurou que o Governo "não quer impor nem oferecer uma solução definitiva", mas colaborar com as equipes para traçar "um caminho em conjunto".
Na reunião alguns clubes disseram que "seria legítimo" que o Governo contemple "a médio prazo" criar um instrumento para financiar para os torcedores a compra de ingressos, como já se faz no setor cultural através de um vale que oferece descontos no teatro e no cinema, segundo disse Rebelo.
No entanto, o ministro garantiu que o Governo "não pretende" pôr dinheiro público para financiar a aquisição de ingressos de jogos de futebol.
Nos últimos meses algumas equipes aproveitaram para aumentar o preço das entradas por ocasião da remodelação ou construção de estádios novos para a Copa.
Na partida entre Flamengo e Santos pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, jogado em maio passado em Brasília, a entrada mais barata foi de R$ 160 reais, um número que Rebelo considerou que estava "fora" da média.
Outros clubes em situação ruim na tabela, como o São Paulo, optaram pela estratégia contrária e baixaram os preços para R$ 10, a fim de animar seus torcedores a encher o estádio.
Entre as propostas apresentadas hoje pelos clubes, o Corinthians afirmou que pretende dedicar 40% da capacidade de seu futuro estádio, que será inaugurado no final do ano, a entradas que custem no máximo R$ 50.