O que prometia ser uma reunião cercada de tensão acabou com tudo sendo definido em menos de cinco minutos, pelo menos oficialmente. A decisão sobre as datas das partidas das quartas de final do Campeonato Paulista foi feita nesta quinta-feira assim que as portas da sala de reunião da Federação Paulista de Futebol foram fechadas, para o encontro dos dirigentes envolvidos na competição.
O encontro estava marcado para as 11h, na sede da Federação Paulista, mas apenas o diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, e do Corinthians, Edu Gaspar, chegaram antes do horário estipulado. Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, chegou por volta das 11h20, mas entrou na reunião por um acesso alternativo.
Antes da reunião, enquanto o corintiano Edu fez coro à posição do técnico Tite de que o clube teria um grande prejuízo técnico caso jogasse no domingo às 11h da manhã, o palmeirense Mattos não mostrou preocupação alguma com o horário - até pelo motivo de a equipe alviverde ter jogado de manhã no dia 15 de março, contra o XV de Piracicaba.
Quem representou o São Paulo foi o gerente Gustavo Oliveira, enquanto o presidente Modesto Roma Júnior defendeu os interesses do Santos. Modesto, inclusive, entrou na sala de reuniões quando a porta já estava perto de ser fechada.
Apesar de todo o atraso, a decisão sobre os mandos foi feita em menos de cinco minutos. O encontro dos dirigentes teve início às 11h45. Às 11h50, a Federação Paulista já anunciava as datas e os horários dos confrontos do fim de semana, enquanto as portas da sala de reunião ainda estavam fechadas.
Apesar de o regulamento do Campeonato Paulista vetar dois clubes da cidade de São Paulo jogarem no mesmo dia durante as quartas de final, Corinthians e São Paulo jogarão no sábado. O jogo na Arena Corinthians será às 16h20, enquanto a partida do Morumbi ocorrerá às 18h30. A decisão foi um pedido da Polícia Militar, que disse ser capaz de organizar o policiamento nos dois estádios para evitar o encontro de torcedores, dada a distância entre eles.
Por causa dos protestos que ocorrerão na cidade no domingo, o Palmeiras jogará às 11h, enquanto o Santos disputará a sua partida na Vila Belmiro às 16h do mesmo dia.
"Era um problema de segurança pública. Se houve de ocorrer os jogos do Corinthians e do São Paulo no mesmo dia, é porque eles estão muito bem coordenados na questão de segurança pública, coisa em que nós dos clubes não podemos muito interferir", afirmou Edu Gaspar. Gustavo Oliveira confirmou que a decisão dos mandos ocorreu por acordo entre os clubes.
A decisão vai de encontro ao que era planejado inicialmente. A ideia da federação era que o clube alvinegro jogasse na manhã de domingo, enquanto o Palmeiras atuaria apenas na noite de segunda-feira. A equipe do Parque São Jorge foi publicamente contra tal alternativa, com o técnico Tite inclusive a criticando após empate com o XV de Piracicaba.
Ficou para o Palmeiras jogar novamente no horário das 11h. "Prevaleceu uma questão de bom senso, para todo mundo jogar no seu estádio. Há um problema público que a gente vai viver novamente no domingo, com a manifestação", disse Mattos sobre a decisão.
Já Nobre deu a entender que a campanha alviverde, a pior entre os quatro grandes, foi o que motivou o clube a jogar no horário alternativo. "O Palmeiras foi o último dos quatro grandes, então não pudemos escolher. Jogar em casa já é uma coisa superimportante. Nós já tivemos uma experiência que foi bem sucedida, e eu tenho certeza absoluta de que o palmeirense vai lotar o Allianz Parque", disse o presidente do Palmeiras.