O Athletico viveu um ano marcado por frustrações iniciais, decisões internas fora do padrão e uma reação consistente na reta decisiva da temporada. Entre eliminações precoces, troca de comando e mudanças profundas no elenco, o clube conseguiu reorganizar o futebol e voltou a competir em alto nível na Série B, conquistando o vice-campeonato.
Eliminação no Estadual e queda de Barbieri
O primeiro grande baque aconteceu ainda no Campeonato Paranaense. Em busca do tricampeonato, o Furacão foi surpreendido ao ser eliminado na semifinal com uma derrota por 3 a 0 para o Maringá, dentro da Arena da Baixada, no mês de março. Apesar do resultado atípico, a diretoria optou por manter Maurício Barbieri no comando.
A permanência, no entanto, durou pouco. Após um início irregular na Série B, Barbieri acabou demitido na sexta rodada, logo depois da goleada sofrida por 4 a 1 para o Botafogo-SP, novamente jogando em casa.
Com a saída do treinador, o Athletico recorreu à base. João Correia, técnico do time sub-20, assumiu de forma interina por três partidas até a contratação de Odair Hellmann, oficializada em maio.
Odair encontrou um cenário delicado: o clube disputava a terceira fase da Copa do Brasil e estava a cinco pontos do G-4 da Série B, já a partir da nona rodada. O desempenho seguia instável, indicando a necessidade de mudanças mais profundas.
Mercado agressivo e maior contratação da história
A resposta veio na janela de transferências do meio do ano. Entre julho e agosto, o Athletico foi ativo no mercado e fez investimentos relevantes para tentar mudar o panorama da competição.
O principal nome foi o atacante Kevin Viveros, contratado junto ao Atlético Nacional, da Colômbia, por R$ 27,4 milhões — a maior negociação da história do clube. O colombiano correspondeu em campo, com 10 gols em 25 partidas, sendo nove deles na Série B, a maioria longe de Curitiba.
Os primeiros gols do El Tren com a nossa camisa! #RetrospectivaFuracão pic.twitter.com/qJAY6plQJx
— Athletico Paranaense (@AthleticoPR) December 28, 2025
Além dele, chegaram o lateral-direito Benavídez, o zagueiro Carlos Terán e o atacante Mendoza, todos assumindo rapidamente a condição de titulares. Em contrapartida, nem todos os reforços se firmaram: o zagueiro Aguirre perdeu espaço, enquanto o volante Élan Ricardo atuou apenas uma vez.
Mudanças internas e ajustes táticos
Odair Hellmann também promoveu soluções caseiras. O zagueiro Arthur Dias e o atacante Leozinho ganharam oportunidades e trouxeram novo dinamismo ao time. Outra decisão relevante foi a mudança de função de Zapelli.
Antes responsável pela criação, o camisa 10 passou a atuar como segundo volante. A adaptação deu resultado, com crescimento técnico e maior influência no equilíbrio da equipe.
Evolução na Copa do Brasil e vice na Série B
Com o elenco reformulado, o Athletico avançou até as oitavas de final da Copa do Brasil, eliminando o São Paulo antes de ser superado pelo Corinthians.
Mesmo enfrentando uma sequência de sete jogos sem vitória e ficando a nove pontos do G-4, Odair Hellmann teve respaldo da diretoria. A confiança foi recompensada no returno, quando o time engatou uma forte recuperação, alcançando 70,2% de aproveitamento, com 12 vitórias, quatro empates e apenas três derrotas, conquistando o acesso.