A temporada do Coritiba começou sob forte instabilidade e desconfiança, mas terminou com um desfecho histórico. Entre o fim de fevereiro e o início de março, o clube viveu uma sequência de resultados negativos que colocou em xeque o planejamento esportivo e a gestão da SAF.
Eliminações precoces ampliam crise no início do ano
Em um intervalo de poucos dias, o Coritiba foi eliminado ainda na primeira fase da Copa do Brasil, ao cair nos pênaltis diante do Ceilândia, fora de casa. Logo depois, deu adeus ao Campeonato Paranaense ao ser derrotado pelo Maringá, no Couto Pereira, nas quartas de final. As quedas consecutivas geraram forte repercussão interna e externa.
A insatisfação da torcida ganhou as ruas e culminou em manifestação na Avenida Faria Lima, em São Paulo, direcionada à Treecorp, empresa responsável pela administração da Sociedade Anônima do Futebol do clube. Desde que assumiu o controle, no fim de 2022, a gestora acumulou campanhas frustrantes, incluindo os piores desempenhos do Coritiba na história recente das Séries A, em 2023, e B, em 2024.
Manutenção do treinador muda o rumo da temporada
Apesar do cenário adverso e da pressão por mudanças, a diretoria optou por manter o técnico Mozart no comando. A decisão, considerada arriscada à época, mostrou-se acertada ao longo da Série B. Após o estadual, o clube reforçou o elenco com o zagueiro Jacy e o volante Wallisson, que rapidamente se firmaram como titulares. Em contrapartida, os atacantes Iury Castilho e Clayson não corresponderam às expectativas.
Regularidade garante acesso antecipado à Série A
Na campanha da Série B, o Coritiba demonstrou consistência rara na competição. O time permaneceu no G-4 em 33 das 38 rodadas, o equivalente a 86,8% do torneio, com sequência ininterrupta a partir da nona rodada. Além disso, liderou a tabela por 15 rodadas, mantendo-se no topo desde a 29ª.
O acesso à Série A foi confirmado com uma rodada de antecedência, mesmo em meio a vaias e novos protestos. Na rodada final, o clube conquistou o título da competição, alcançando o terceiro troféu da Série B e se isolando como o maior campeão da história do torneio.
CORITIBA CAMPEÃO DO POVO
ALEGRIA DO MEU CORAÇÃO!
Gabriel Thá | Coritiba #CoxaNoBrasileiro pic.twitter.com/2uJrycIEe2
— Coritiba (@Coritiba) November 23, 2025
Defesa sólida e apoio da torcida impulsionam o título
O grande diferencial do Coritiba ao longo da campanha foi o desempenho defensivo. Com destaque para o goleiro Pedro Morisco e a dupla de zaga formada por Jacy e Maicon, o time terminou com a defesa menos vazada da Série B: apenas 23 gols sofridos e 21 partidas sem ser vazado.
Fora de casa, o Coxa apresentou o melhor aproveitamento da competição, com 57,9% dos pontos conquistados. Em casa, o rendimento foi mais irregular, fechando apenas a décima melhor campanha como mandante. O setor ofensivo também deixou a desejar, registrando um dos piores ataques do campeonato, com 39 gols marcados.
Mesmo assim, o apoio da torcida foi decisivo. O Coritiba liderou a média de público da Série B, com 22.048 pagantes por jogo, reforçando a conexão entre time e arquibancada ao longo da campanha.