Luiz Felipe Scolari saiu do Beira-Rio com seu time passando quase todo o segundo tempo se preocupando basicamente com a defesa e indicou o 0 a 0 como um placar normal para um clássico, mas nada muda o orgulho do técnico. Ver o Grêmio com jovens atletas em um Gre-Nal é motivo de autoelogio para o comandante.
“Qual outro técnico daria oportunidade para esses jogadores? Nenhum, nenhum, só o Felipão. Eles sabem disso. Se não fosse o Felipão, talvez só um estivesse na equipe”, comentou Scolari, falando de si na terceira pessoa ao comentar a escalação no ataque de Lincoln, 16 anos, e Yuri Mamute, 19.
“Vejo os meus colegas treinadores que contrataram 15 ou 16 atletas a peso de ouro dizerem que é difícil, mas o que posso dizer de montar uma equipe com cinco ou seis juniores?”, comentou, ressaltando, mais uma vez, seu trabalho fora de campo.“Tenho que cobrar, como faço em casa, também puxo a orelha. Os métodos modernos dizem que isso não é recomendável, mas puxo. Eles me veem como um pai e gosto deles, quero que aprendam e se dediquem”, continuou Felipão, sem mostrar frustração com o empate.
“O resultado de 0 a 0 não é ruim para o Grêmio nem para o Inter. Não é bom para o Grêmio neste momento pela pontuação e talvez seja melhor para o Inter, mas é um resultado comum em um clássico Gre-Nal”, apontou, indicando que a escalação com três volantes é uma tendência em sua equipe.
“Fica difícil enfrentar equipes com três volantes, sabemos disso quando enfrentamos times assim. Essa é uma forma com a qual o Grêmio jogou muito bem no ano passado e vamos usar mais vezes. O desempenho técnico foi bom e estamos evoluindo, melhorando”, animou-se o oitavo colocado do Campeonato Gaúcho, última posição entre as que classificam para a próxima fase.