Selada a vaga à decisão da Copa das Confederações depois de vitória sobre o Uruguai, José Maria Marin divulgou carta com elogios à própria decisão tomada no fim do último ano: a troca de Mano Menezes por Luiz Felipe Scolari. O presidente da CBF, que se declarou um brasileiro apaixonado, ainda evitou qualquer tipo de menção às manifestações pelo País. Na mais recente, sábado em Belo Horizonte, um jovem de 21 anos morreu.
Ainda de acordo com Marin, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duas ligações no sábado. Uma antes do jogo, em que pediu para falar com Luiz Felipe Scolari, e outra ao final com parabéns a todos.
Marin diz que protestos não preocupam "espetáculo"
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Na capital mineira, o presidente da CBF mais uma vez evitou contato com jornalistas e torcedores. No hotel onde a Seleção ficou hospedada, circulou com cinco seguranças, que chegaram a ter desentendimentos com alguns repórteres.
Por outro lado, reforçou a busca por alianças. No camarote do Mineirão, se sentou entre Joseph Blatter, presidente da Fifa, e Antonio Anastasia, governador de Minas Gerais pelo PSDB. Mas justificou a presença a todos os jogos da Seleção Brasileira por ser “presidente da CBF e torcedor apaixonado”.
Abaixo, veja os principais trechos da carta divulgada por Marin:
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“Felipão e sua competente comissão técnica comprovaram também o quanto foi acertada a escolha do técnico. Experiente, vencedor, Felipão conseguiu em pouco tempo dar à Seleção o jeito e o estilo que o torcedor brasileiro aprendeu a admirar em todos esses anos.”
“Como presidente da CBF, mas também como torcedor apaixonado que sou, compareci aos quatro jogos, contra Japão, México, Itália e agora Uruguai, para torcer e vibrar com nossos jogadores.”
“Pude, dessa forma, testemunhar nos estádios a grande festa com que a multidão consagrou a Seleção Brasileira. Nosso povo, que lotou os estádios, a par dos problemas que estamos vivendo, deu uma cabal e inequívoca demonstração do quanto amam o futebol e a sua Seleção.”
“Foi emocionante ser uma dos milhares de vozes que cantaram alto e com paixão o Hino Nacional Brasileiro, de maneira contagiante, em um recado de civilidade que chegou a todos os jogadores, como vários relataram em entrevistas.”
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