Flamengo é condenado a indenizar em R$ 600 mil ex-segurança que salvou meninos no Ninho do Urubu

Benedito Ferreira, que atuou no resgate de vítimas na tragédia de 2019, deve receber pensão até os 78 anos; decisão cabe recurso

4 jul 2025 - 15h38
(atualizado às 19h16)
Incêndio no Ninho do Urubu em 2019 terminou com a morte de 10 adolescentes.
Incêndio no Ninho do Urubu em 2019 terminou com a morte de 10 adolescentes.
Foto: Fabio Motta / Estadão / Estadão

O Flamengo foi condenado em primeira instância a indenizar em R$ 600 mil Benedito Ferreira, o ex-segurança do clube que atuou no resgate de jogadores da base durante o incêndio no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro, em 2019. Além disso, Benedito terá de ser reintegrado ao quadro de empregados. A decisão cabe recurso.

De acordo com a decisão da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, o Flamengo deverá pagar R$ 100 mil por danos morais e R$ 500 mil por danos materiais, somando os R$ 600 mil. Além disso, foi determinado pelo juiz o pagamento de uma pensão vitalícia, limitada aos 78 anos do ex-segurança.

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Sobre a reintegração de Benedito no quadro de funcionários do clube, o Flamengo informou que “o assunto está com o Departamento jurídico do Clube, que analisará a sentença e verificará o encaminhamento do tema”. Segundo a decisão, o time tem até cinco dias para recontratá-lo, sob pena de multa em caso de descumprimento. 

‘Incapacitante’

O caso foi levado à Justiça do Trabalho por Benedito Ferreira após ele desenvolver 'doença psiquiátrica grave e incapacitante'. Ele foi diagnosticado com transtornos depressivos, de adaptação e de pânico, com ideação suicida.

Conforme os documentos anexados ao processo, a perícia apontou que a condição estava diretamente ligada ao incêndio no Ninho do Urubu. Na tragédia, 10 jogadores das categorias de base perderam a vida. A situação tornou o segurança 'permanentemente inapto para a função que exercia ou qualquer outra similar', conforme atestado.

O Flamengo dispensou o funcionário em agosto de 2022, anos após a tragédia. Em defesa, o clube afirma que Benedito estava “totalmente apto” para o trabalho no momento de sua demissão. Como argumento, utilizaram um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) do funcionário feito no mês anterior à sua dispensa.

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Já os advogados do ex-segurança dizem que o clube falou em garantir um ambiente de trabalho seguro – citando o fato de não haver um brigadista de plantão no local no momento do acidente. Além disso, no momento da demissão, Benedito estava em tratamento médico. (*Com informações do Estadão Conteúdo)

  • Atenção! Em caso de pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, por e-mail, chat ou pessoalmente. Confira um posto de atendimento mais próximo de você (clique aqui).
Fonte: Redação Terra
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