Em meio a uma disputa judicial e política no Corinthians, o presidente afastado Augusto Melo intensificou sua mobilização para tentar retomar o comando do clube. Atualmente fora do cargo por decisão judicial, ele direciona críticas à gestão interina e aposta na Assembleia Geral marcada para sexta-feira (09 de agosto) como o ponto de virada para reassumir a presidência.
Afastado por decisão da Justiça e indiciado pelo Ministério Público por supostas irregularidades em contrato com a empresa VaideBet, Melo nega as acusações e acusa seus opositores de retaliação política. Ao mesmo tempo, promove uma devassa nas contas do clube, com foco especial em contratos da gestão anterior de Andrés Sanchez. A medida inclui investigações sobre despesas no cartão corporativo e possível envolvimento de familiares de ex-dirigentes, como o filho de Andrés, Lucas Sanchez. A informação é do 'O Globo'.
Em entrevista recente, Melo criticou duramente a atuação do presidente interino Osmar Stábile, a quem acusa de desorganizar a gestão e romper com o planejamento em curso. "Ele está entrando e não quer saber quem é quem. Estamos num planejamento que está dando certo e ele não poderia modificar", afirmou, acusando o interino de causar prejuízos financeiros com demissões e decisões mal calculadas.
Durante a conversa, o dirigente também destacou sua insatisfação com declarações de Stábile sobre a situação financeira do clube, especialmente em momentos cruciais. "Ele falou que é uma terra arrasada, numa véspera de um grande jogo de Sul-Americana. Como o jogador se sente no vestiário? 'Não vou ter dinheiro no mês que vem?'. Aí foram pro jogo, perdemos o jogo, a classificação, o que traz um prejuízo enorme pro Corinthians", criticou.
A confiança de Melo na Assembleia é clara. Segundo ele, o apoio da base social corintiana será decisivo. "Mesmo porque não foi esse grupo político que me elegeu, foi o sócio do Sport Club Corinthians Paulista. Acredito muito no voto do social, eu vou me manter e esse é o medo deles", declarou.
A apuração interna liderada por Melo encontrou, segundo ele, inconsistências em contas da gestão de 2023, incluindo valores indevidos que somariam mais de R$ 240 milhões. O dirigente questiona o fato de a atual diretoria interina manter nomes do setor financeiro anterior, mesmo com os apontamentos feitos por auditoria independente.
Além disso, o presidente afastado reforçou que continua recorrendo judicialmente para reverter seu afastamento, mencionando que há recursos pendentes em diferentes instâncias, incluindo TJ, STJ e STF. "Vamos lutar e trabalhar até o último recurso que pudermos", afirmou.
Augusto Melo concluiu sua participação reafirmando a intenção de voltar ao cargo com mais rigor na condução do clube: "Voltaremos com uma mão de ferro muito mais pesada, com um profissionalismo muito maior, com um conhecimento muito maior, um aprendizado muito maior".
