Lando Norris: quem é o campeão mundial da Fórmula 1 em 2025

Piloto britânico conquista o primeiro título da carreira em uma temporada histórica com a McLaren e reforça laços com o Brasil.

7 dez 2025 - 12h48
(atualizado às 12h49)
Resumo
Lando Norris conquistou o título mundial de Fórmula 1 de 2025 aos 26 anos, encerrando a hegemonia de Max Verstappen e da Red Bull, em uma temporada marcada por disputas emocionantes, consistência e uma nova era de equilíbrio competitivo.
Lando Norris é o mais novo campeão mundial de Fórmula 1.
Lando Norris é o mais novo campeão mundial de Fórmula 1.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

A temporada de 2025 da Fórmula 1 redesenhou o mapa de forças da categoria. Depois de anos de hegemonia da Red Bull e de Max Verstappen, a consagração de Lando Norris, aos 26 anos, com a McLaren, abriu oficialmente uma nova era — mais disputada, mais emocional e profundamente conectada com o público jovem.

Norris venceu o campeonato por apenas dois pontos: 423 contra 421 de Verstappen. A McLaren, que não conquistava um título de pilotos desde Lewis Hamilton em 2008, finalmente completou seu projeto de reconstrução. Mas por trás dos números, está um piloto com identidade própria: digital, transparente, vulnerável, extremamente veloz — e com uma relação particular com o Brasil.

Publicidade

A decisão no circuito de Yas Marina foi um capítulo dramático digno das grandes narrativas do esporte. Norris largou em terceiro, atrás de Verstappen e Oscar Piastri — seu companheiro de equipe e rival interno.

Para ser campeão, precisava apenas de um pódio. E fez exatamente isso: terminou em 3º, preservando a posição com maturidade inédita. Verstappen venceu a prova, mas perdeu o campeonato. O rádio de Norris captou a emoção do momento:

“Nós conseguimos! Vocês fizeram história. Obrigado por tudo… obrigado, mãe e pai.”

Norris venceu 7 GPs (Austrália, Mônaco, Áustria, Grã-Bretanha, Hungria, México e São Paulo) e marcou 17 pódios. Foi o piloto mais consistente do grid, mesmo enfrentando crises internas — como o choque com Piastri no Canadá e a falha de motor dolorosa na Holanda.

Publicidade

Em números, o desfecho da temporada de 2025 reforça a dimensão da conquista de Lando Norris. O britânico fechou o campeonato com 423 pontos, graças a 7 vitórias e 17 pódios, sustentando a consistência que marcou sua campanha. Max Verstappen terminou logo atrás, com 421 pontos, acumulando 9 vitórias e 14 pódios, enquanto Oscar Piastri completou o trio decisivo com 410 pontos, repetindo as 7 vitórias do campeão e somando 12 pódios ao longo do ano. Os três protagonizaram uma das disputas mais apertadas e técnicas da era híbrida, com a McLaren colocando seus dois pilotos no Top 3 da classificação final.

A trajetória de Lando Norris até o título mundial de 2025 começa muito antes de Abu Dhabi. Nascido em Bristol, em 13 de novembro de 1999, o britânico cresceu sob a sombra do próprio sobrenome. Filho de Adam Norris, empresário multimilionário, carregou por anos o rótulo de “piloto pagante” — um estigma comum a talentos vindos de famílias ricas. A resposta veio na pista: Norris venceu tudo o que havia para vencer nas categorias de base, incluindo o título da Fórmula 3 Europeia e o vice-campeonato da Fórmula 2, consolidando-se como um dos jovens mais promissores de sua geração. A consagração de 2025 não apenas encerra esse debate sobre mérito, mas estabelece definitivamente seu nome no panteão de campeões da F1.

Ao longo dos anos, Norris também construiu a imagem de “garoto boa praça” do paddock. Streaming de jogos, humor leve nas entrevistas e vulnerabilidade emocional sempre foram marcas registradas do piloto da McLaren. Mas, para conquistar o mundo em 2025, ele precisou acessar outra camada de personalidade: mais dura, mais calculista e preparada para enfrentar gigantes como Max Verstappen. O britânico pilotou com consistência, agressividade controlada e uma calma inédita em momentos decisivos — elementos que fizeram analistas definirem 2025 como “a maturação definitiva” de Norris.

Dentro da própria McLaren, porém, estava talvez seu maior desafio. Oscar Piastri, companheiro de equipe e um talento igualmente geracional, venceu sete corridas na temporada e atuou como um verdadeiro “inimigo íntimo”. O australiano tirou pontos preciosos de Norris, acendeu debates internos sobre ordens de equipe e colocou Woking diante de um dilema estratégico raríssimo: como administrar dois pilotos com desempenho e ambições de número 1? A resposta, que funcionou em 2025, começa a parecer menos clara para 2026 — e é justamente essa tensão interna que deve moldar o próximo capítulo da McLaren na Fórmula 1.

Publicidade

Conexão com o Brasil

Palmeirense declarado, Norris adotou o clube paulista como seu time no Brasil. O britânico já visitou o Allianz Parque, acompanha partidas à distância e não esconde a admiração pelo técnico Abel Ferreira. A relação é tão consolidada que tornou-se parte da identidade do piloto nas visitas a São Paulo, reforçando o vínculo com uma das maiores torcidas do país.

Mas foi em Interlagos, em 2025, que esse laço ganhou um tom ainda mais profundo. A vitória no GP de São Paulo foi dedicada a Gil de Ferran, ex-diretor esportivo da McLaren e mentor de Norris, que morreu em 2023. Emocionado no rádio, o britânico resumiu a importância do brasileiro em sua trajetória: “Essa foi para o Gil. Ele mudou a minha carreira.” A homenagem tocou a equipe, o paddock e, principalmente, os fãs brasileiros.

A reverência a Senna também é constante. Em 2025, Norris correu em Interlagos com um capacete especial que mesclava o tradicional neon de seu design com as cores icônicas utilizadas pelo tricampeão. O gesto reforçou a admiração do britânico pelo ídolo nacional e ampliou sua conexão com uma torcida que, desde a morte de Senna, busca representantes na elite da Fórmula 1.

A temporada também marcou o fim da cordialidade entre Norris e Max Verstappen. A antiga relação de camaradagem se desfez em meio a provocações públicas, disputas agressivas e uma tensão crescente dentro e fora das pistas. Em 2025, a rivalidade deixou de ser simbólica: tornou-se a força motriz do campeonato. Para muitos, Norris assumiu o papel de “anti-Verstappen”, inaugurando uma dinâmica que remete aos grandes duelos históricos da categoria.

Publicidade
Lando Norris comemora mais uma pole em São Paulo.
Foto: Daniel Teixeira/Estadao / Estadão

No fim, o título de Norris representa mais que uma conquista individual — é o anúncio de uma nova era. O britânico surge como um campeão completo: veloz, emocionalmente transparente, tecnicamente maduro e profundamente conectado a uma base global de fãs. Sua vitória quebrou a hegemonia da Red Bull e abriu caminho para um ciclo de maior equilíbrio competitivo e narrativas humanas mais intensas na Fórmula 1. O futuro permanece imprevisível, mas, por enquanto, o trono tem um novo dono — e o mundo acompanha para ver quanto tempo ele permanecerá lá.

Fã de F1, Maisa ‘despista’ para qual piloto vai torcer e elogia Norris por resposta em português
Video Player
Fonte: Portal Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se