Após conquistar a primeira vitória da temporada em São Paulo, Jake Dennis participou de uma coletiva de imprensa online, onde comentou as impressões sobre o público brasileiro, suas expectativas para o restante da temporada e planos para o Endurance. Mais do que falar sobre números ou resultados, o britânico compartilhou a importância da torcida, o aprendizado com Drugovich e rivalidade com Pascal Wehrlein.
A equipe do Parabólica abriu a conversa perguntando sobre a recepção calorosa do público brasileiro. O piloto se mostrou empolgado com a presença das bandeiras e camisas e a torcida animada de Felipe Drugovich.
“Eu acho que ter fãs é sempre um grande impulso de energia. Tinha uma grande bandeira para o Felipe… foi esperado. É uma grande riqueza. E foi ótimo ver tantos fãs vindo e apoiando ele.”
“Eu acho que quando você está na pista e você pode ouvir os fãs, quando você está no grid prestes a começar uma corrida, é sempre um momento especial, e o Brasil tem grandes fãs, e os fãs torcendo sempre deixam tudo melhor. Então, quanto mais movimentado o evento, melhor é para os pilotos, geralmente.”
Ele também ressaltou a importância de iniciativas que promovem o envolvimento das mulheres na categoria, como a ação do projeto “Girls Like Racing”, realizada em parceria com a Andretti. A ação proporcionou a meninas e mulheres a oportunidade de passar um dia com a equipe, oferecendo palestras com engenheiros e pilotos, além de uma corrida de kart com premiação no pódio.
“Ver um evento de meninas correndo na quarta-feira, se envolvendo no lado mecânico e de engenharia e depois de correrem na pista, foi uma experiência legal. Foi impressionante ver quão rápidas elas eram considerando que algumas delas nunca tinham nem pilotado um kart antes, então isso foi realmente esclarecedor."
“E sim, é um lembrete de onde todos nós viemos, sabe? Eu basicamente cresci pilotando em circuitos de kart, mas obviamente só no Reino Unido, e foi bom voltar a esses tipos de eventos e ver pessoas experimentando um kart pela primeira vez."
Ao falar sobre a sua adaptação Felipe Drugovich, o britânico revelou que a consistência no desempenho vem da concentração em sua pilotagem, sem se deixar influenciar pelos adversários ou pelo que acontece do outro lado da garagem. Ele ressaltou que Drugovich traz uma bagagem valiosa, com experiência não apenas em monopostos, mas também no endurance no geral. Essa versatilidade, segundo Dennis, é fundamental para a Fórmula E, especialmente com a transição para GEN4, que exige o domínio de carros com muito downforce.
Quando questionado pelo Parabólica sobre estar pronto para uma nova disputa de título com Pascal Wehrlein, Jake comentou sobre a rivalidade que marcou a temporada 9 e o que mudou desde então. Naquele ano, a competição entre eles não se restringiu apenas às disputas na pista, envolvendo também conflitos fora dela, que incluíam críticas públicas sobre decisões de ultrapassagem e estratégias dos pilotos.
“Eu venho competindo com Pascal há 5 anos e ele é um adversário incrível. Ele é muito talentoso atrás do volante. Você tem que dizer que ele é um dos mais rápidos na Fórmula E, por que ele é! Pascal foi o mais rápido em São Paulo, e eu sei disso.”
“Eu acho que eu amadureci bastante desde a season 9. Nós não somos melhores amigos, mas para ser honesto, havia tanta energia desperdiçada ao redor um do outro naquela temporada, que então a mídia obviamente ampliou e fez mais do que realmente era.. Somos todos competidores e todos queremos no fim do dia, então estou muito focado em mim mesmo e em vencer o maior número de corridas possível”.
Jake Dennis também afirmou que é plenamente possível para a equipe conquistar o campeonato nesta temporada. Ele explicou que o cenário atual é mais desafiador do que em anos anteriores, principalmente devido à vantagem que as equipes de fabricantes possuem nos testes, com muito mais tempo de preparação do que a Andretti teve. Ele também destacou que, desde a temporada 10, as equipes clientes enfrentam mais desafios, mas ainda assim conseguem vencer corridas. Para ele, essas vitórias são ainda mais gratificantes quando conquistadas contra equipes de fabricantes.
Diante da pergunta sobre seu futuro no Endurance e Sportscar, o piloto se animou ao explicar que já possui um caminho bem definido e que deve permanecer vinculado à BMW no GT World Challenge.
“Vou continuar a BMW, não sei com qual equipe ainda, mas eu estou com a BMW desde Season 7 e depois eles ampliaram nossa parceria para as corridas de GT… Eu realmente gosto de sportscar, gosto de compartilhar o carro com companheiros ou dividir vitórias e poles positions.
“Quando você tem seu próprio carro, pode ser um lugar solitário, com muita pressão para você e para o time. Mas em sportscars, é o total oposto. É realmente um time e a BMW tem muitos ótimos pilotos dentro e fora da pista. E a gente compartilha momentos com eles, é super divertido.”
No final, o campeão mundial foi cauteloso ao ser questionado sobre uma possível troca de equipe para a Nissan:
"Eu não quero falar muito sobre a posição da Andretti porque não sei exatamente o que dizer, mas acho que o que posso comentar é sobre o que a Nissan fez. Comparando o que temos do GEN2 e do GEN3 Evo, foi um grande passo, e, acima de tudo, houve um enorme avanço em toda a produção…
"Acho que o que a Nissan conseguiu com o Oliver Rowland foi super impressionante. Eles entregaram em todas as condições: molhado, seco, úmido, empoeirado, pistas limpas."