O GP da Emilia-Romagna de Fórmula 1 foi melhor que a encomenda. A corrida deste domingo não apresentou a temida procissão, pelo contrário: teve brigas, disputas, ultrapassagens e boas histórias. E só não teve ao menos uma briguinha pela vitória porque a McLaren não quis, diga-se.
Max Verstappen triunfou depois de dar um baile em Oscar Piastri na largada. Corajoso, tomou a ponta por fora em manobra que o australiano está tentando entender até agora. Vacilo de Oscar, sim, mas mérito enorme de Max. Depois, o neerlandês administrou firme a prova, só que poderia ter sido ameaçado na reta final, quando um safety-car estranho apareceu. A McLaren, porém, não soube o que fazer.
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Lando Norris fez boa corrida e completou em segundo, na frente do companheiro Piastri, que torrou os pneus nas voltas iniciais da prova. Lewis Hamilton e Charles Leclerc conseguiram aplacar a crise na Ferrari e ficaram em quarto e sexto, respectivamente, com um excelente Alexander Albon entre eles.
A corrida, que teve safety-car e safety-car virtual, ainda viu George Russell se arrastar ao sétimo lugar, com a zona de pontos fechada por Carlos Sainz, Isack Hadjar e Yuki Tsunoda, que horas antes nem carro tinha para correr depois da pancada de sábado. Gabriel Bortoleto foi 18º, mas fazia corrida boa até a primeira parada começar a colocar tudo a perder.
Verstappen volta a mostrar que vive fase imbatível no braço
A Red Bull cresceu consideravelmente em Ímola e entregou um carro digno a Verstappen. E aí, amigo, é atualmente o que basta para o tetracampeão. Max provou novamente que não tem como ser batido em condições normais quando o assunto é talento, fez uma largada estranha, em um primeiro momento, mas viu que Piastri cochilou ao tentar se defender de Russell e partiu para o ataque. A manobra foi lindíssima, por fora, como um laser, sem dar tempo do rival pensar ou entender o que tinha acontecido.
O ritmo depois mostra como os austríacos melhoraram também, o que esquenta o clima para o resto do campeonato. Abrir a fase europeia com vitória era simplesmente chave para os energéticos.
McLaren rejeita oportunidade recebida via safety-car e deixa Red Bull sonhar
A McLaren não teve uma performance avassaladora na Emilia-Romagna, é verdade, mas a oportunidade apareceu. Quer dizer, foram algumas, né? A pole de Piastri já era uma muito boa, mas, depois que Verstappen passou, a corrida parecia decidida. Veio, então, mais um safety-car daqueles marotos e a prova tinha tudo para virar do avesso. Naquele momento, Piastri vinha com pneus gastos, enquanto Norris parava para marcar Max e tentar um ataque final.
Mas como atacar se a equipe achou uma boa manter Oscar ali no meio dos dois? No fim, os dois pilotos foram prejudicados: Piastri poderia parar e atacar Lando, enquanto Lando poderia ter caminho livre para tentar desafiar Verstappen. Nada disso aconteceu. A Red Bull sorriu, ainda mais diante dos problemas que os papaias mostraram com consumo de pneus. O jogo virou?
Ferrari aplaca crise com exibição corajosa na Emilia-Romagna
A Ferrari precisava de um corridão para evitar que a sangria desatada continuasse. E ela veio! Os italianos contaram com sorte, sim, mas também tiveram estratégia certeira com Hamilton e uma espécie de 'megaundercut' com Leclerc, que induziu metade do grid a parar extremamente cedo.
Além disso, os pilotos estiveram muito bem, especialmente o inglês, já que o monegasco se salvou de uma punição por jogar Albon para fora que também foi meio controversa. E, claro, o mais importante aqui: o ritmo de corrida dos vermelhos existiu, não era alarme falso o que foi visto na sexta-feira. Bom sinal, bom sinal. É evoluir aos sábados que a coisa pode melhorar de vez.
Mercedes vive dia sofrível e levanta dúvidas para sequência da F1 2025
A Mercedes falou em "desempenho preocupante" em Ímola e tem toda razão. Se a classificação ainda teve brilho de Russell ao apostar nos pneus médios, isso cobrou um preço pesado no domingo: o inglês ficou muito rapidamente com os compostos desgastados. Mas, acima de tudo, faltou ritmo. E aqui é geral, ritmo geral. Russell e Kimi Antonelli sofreram a corrida toda e foram andando junto com Aston Martin, Racing Bulls e abaixo da Williams. É bem preocupante que isso aconteça justamente no começo da perna europeia.
Williams brilha e Hadjar vai bem. Sauber e Aston Martin perdem chances na Emilia-Romagna
Na 'F1 B', a Williams dominou as ações. O esperado duelo com a Aston Martin não veio, mas não porque os verdinhos não tivessem ritmo. A real é que a tática ajudou Albon, o safety-car deu uma mão, mas, principalmente, os britânicos acabaram com as próprias chances quando esqueceram Fernando Alonso e Lance Stroll na pista com todo mundo parando no carro de segurança virtual.
Depois, no segundo safety-car, Alonso trocou pneus e cresceu, mas era tarde demais. A Williams nadou de braçadas ali, ainda incomodou Ferrari e Mercedes e se provou novamente como grande força do pelotão intermediário. Teve ainda um ousado Isack Hadjar sendo protagonista no meio do grid e pontuando, enquanto a Sauber viajou nas paradas de Bortoleto e perdeu chance de brigar por top-10 ao, assim como a Aston Martin, esquecer Nico Hülkenberg na pista, mas já na reta final da prova.
A Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, de 23 a 25 de maio, com o GP de Mônaco.
