O Atlético-MG vive mais uma temporada terrível no Campeonato Brasileiro. Depois de escapar do rebaixamento na última rodada do torneio em 2024, o clube mineiro ocupa a 19ª colocação após quatro partidas disputadas em 2025. No entanto, os administradores da SAF não enxergam o momento como ruim, muito pelo contrário.
Rubens Menin, principal dono do Galo, concedeu uma entrevista em evento realizado no dia 25 de fevereiro. Naquela ocasião, véspera da final do Campeonato Mineiro, competição que conta com apenas um adversário representando a primeira divisão do futebol brasileiro, o mandatário teve a audácia de comentar que o elenco do Atlético está extremamente forte.
- Demorou um pouco, a turma ficou meio ansiosa, mas agora os reforços estão mostrando a que vieram. Cuca acertou o time, e os jogadores que vieram completaram o elenco. Acho que o plantel de 2025 é um dos mais fortes que tivemos na história - disse Menin.
Paulo Bracks, CEO do Atlético, participou da coletiva pós-jogo contra o Santos, disputado na quarta-feira (16), que terminou com triunfo do Peixe. O Galo foi massacrado pelo clube paulista, que constantemente é citado em debates sobre os candidatos a rebaixamento no Brasileirão.
- Essa cobrança é nova, né?! É porque não ganhamos os três primeiros jogos do Campeonato Brasileiro. A gente concluiu o Campeonato Mineiro com muitos elogios ao elenco. É o mesmo elenco - comentou Bracks
- Desses três jogos do Campeonato Brasileiro que a gente não vence , a gente teve uma performance muito valorizada pelo nosso treinador. E todo mundo que assistiu aos jogos viu o volume que a gente teve de finalização, de domínio de jogo. Mas o que importa, no final das contas, é o resultado - comentou o diretor.
Um recorte das últimas 19 rodadas do Brasileirão, contando com a campanha passada e a atual, o Atlético venceu apenas três. Entre elas, a batalha final de 2024 contra o Athletico que valia a permanência na primeira divisão. O Furacão foi rebaixado depois do confronto. Se tivesse perdido, o Galo teria que disputar a Série B em 2025. Agora, não tem nenhuma vitória em quatro confrontos da Série A.
Não há razão nenhuma para a SAF do Galo manter o discurso arrogante. Menin, Bracks e os outros controladores do Atlético precisam urgentemente diminuir o ego e admitir que a situação é extremamente delicada. O elenco de 2025, considerado por estes como um dos melhores da história da equipe mineira, foi montado com reservas descartados de adversários do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras, por exemplo, trocou indiretamente quatro atletas do banco de reservas de Abel Ferreira por Paulinho, uma das maiores estrelas do Galo, e Bruno Fuchs.
As principais ausências do Atlético, além do ex-camisa 10, são Battaglia e Otávio, dois volantes, Zaracho, meia de criação, Deyverson e Vargas, dois atacantes centrais. Nenhum destes nomes citados foi substituído com jogadores do mesmo nível e, além disso, o elenco que era criticado por ter poucas peças, ficou ainda mais curto.
A dupla de cães de guarda, inclusive, se transformou em Alan Franco, que já estava no elenco, e Gabriel Menino. Ambos são construtores que estão sendo escalados por Cuca como "camisa 5" no novo esquema porque não existe um nome que tenha esta função de origem no elenco. A dupla de atacantes foi substituída apenas por João Marcelo, que estava disputando a Copinha sub-20 pelo Guarani e se transformou na única opção imediata para Hulk. Zaracho, por sua vez, não foi substituído por nenhum contratado.
Rony, Cuello e Júnior Santos chegaram para auxiliar o ataque do Atlético na atual temporada. O primeiro da lista vem se destacando e marcou seis gols em 12 partidas disputadas. O segundo, que estava no Furacão rebaixado do Brasileirão no ano passado, tem baixa contribuição nas estatísticas e vem sendo utilizado como ponta que liga os setores do Galo dentro de campo. A contratação mais cara da janela mineira, Júnior Santos custou 50 milhões de reais, apresentou muitas dificuldades técnicas no estadual e já se lesionou em duas ocasiões. Desde que Júnior chegou ao Galo vindo do Botafogo, o clube minero disputou 16 partidas totais, com apenas sete participações do atacante. Em uma delas, contra o Athletic, Júnior Santos foi expulso.
A briga contra o rebaixamento do Brasileirão, pelo segundo ano consecutivo, é um "tapa na cara" das falas dos donos e diretoria do Atlético. O técnico Cuca pede reforços jogo após jogo, e disse que ouviu dos chefes que as reposições serão feitas na janela do meio da temporada. Até lá, o treinador precisa fazer malabarismo, já que tem poucas peças no elenco e algumas delas, como Arana, estão fora de ação por lesão, ou suspensas, como já foi o caso de Lyanco.
Não se sabe quais serão as estratégias em julho, mas o tradicional discurso de quem senta na cadeira das entrevistas coletivas para falar sobre reforços é o de aproveitar oportunidades de mercado. Assim, o Atlético-MG deve seguir contratando reservas de outras equipes e, como consequência, lutar até o último suspiro contra a queda para a segunda divisão.