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Ronaldo Fenômeno não vai deixar herança para os filhos: o que diz a lei?

Ex-jogador planeja destinar sua fortuna à Fundação Fenômenos

30 jul 2025 - 12h30
(atualizado às 13h13)
Resumo
Ronaldo Fenômeno planeja destinar sua fortuna à Fundação Fenômenos, enquanto a legislação brasileira garante que pelo menos 50% do patrimônio seja reservado para herdeiros legítimos, limitando a liberdade de escolha em testamento.
Ronaldo Fenômeno reunido com sua família
Ronaldo Fenômeno reunido com sua família
Foto: Reprodução Instagram

Quando o assunto é herança, muitos imaginam que filhos de celebridades e bilionários já têm o futuro garantido. No entanto, algumas personalidades milionárias surpreenderam ao revelar que seus herdeiros precisarão ralar para construir sua própria fortuna. 

O ex-jogador Ronaldo Fenômeno, por exemplo,  já deixou claro que seus filhos não receberão uma herança farta. Segundo Ronald, seu primogênito de 25 anos, a fortuna do pai será investida na Fundação Fenômenos, focada em projetos sociais. 

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"Meu pai brinca que não vai deixar nada para mim e meus irmãos. Eu acho legal saber que tenho que correr atrás do meu", declarou em entrevista recente à CNN.

O que diz a lei 

A legislação brasileira acaba por proteger os herdeiros. O ordenamento jurídico em vigor no Brasil permite que os bens sejam deixados de herança a quem preferirmos, sejam os beneficiados filhos ou não. Entretanto, conforme explica a advogada e especialista em Direito de Família e Sucessões, Carolina McCardell, a Lei Civil (art. 1.846 do Código Civil) determina um limite de 50% a esse direito de escolha.

Assim, quando uma pessoa vai deixar os seus bens a alguém que não é parente (filhos, esposas etc..) por meio de testamento, ela não pode deixar mais da metade (50%) do seu patrimônio. 

Por exemplo, se determinada pessoa é proprietária de um imóvel no valor de R$ 500 mil e mais 2 carros cada um no valor de R$ 250 mil, ela pode deixar por meio de testamento ou a casa, ou os carros, mas jamais todos os bens.

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“Os 50% de direito é algo que faz parte do regramento da sucessão hereditária. Em direito chamamos de sucessão legítima. Ou seja, a pessoa tem direito de destinar parte dos seus bens para quem quiser, inclusive para instituições filantrópicas, como muitas fazem, mas não podem dispor de 100% dos bens disponíveis”, explica.

A advogada destaca ainda que o valor a ser recebido pelo herdeiro legítimo quando aquele destinado em testamento é irrevogável, só sendo possível uma correção caso o valor destinado para outras pessoas no testamento seja maior do que os 50%. 

"O herdeiro legítimo só corre o risco de não receber parte da herança caso a pessoa dona dos bens torre o dinheiro em vida", acrescenta.

O melhor rendimento é educação

Com relação à justificativa adotada pelas celebridades que não querem deixar toda as suas fortunas com os filhos após a morte, o especialista em finanças pessoais Jurandir Sell Macedo Jr., professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), acredita que a ideia tem bom respaldo. Para ele, apesar de a herança ser um direito legal, pode estimular a estagnação do indivíduo. Ou seja, a pessoa pode não se motivar a crescer e progredir na vida. 

"Muitas pessoas recebem uma fortuna dos pais e conseguem multiplicar, ou seja, criar mais riqueza. No entanto, muitos pais consideram que eventualmente deixar uma fortuna imensa para os filhos pode fazer com que os filhos percam o sentido da luta da vida", avalia.

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Macedo Jr. defende que, nesses casos, melhor do que deixar uma grande fortuna para os filhos é dar condições para que eles cresçam e adquiram conhecimento.

"Nada rende tanto quanto a educação. Eu acho que a grande herança que a gente pode deixar para os nossos filhos é conhecimento. É aquela coisa, não dê o peixe, mas ensine a pescar", acrescenta.

Carlos Castro, CEO da plataforma de planejamento financeiro pessoal SuperRico, reforça ainda que receber grandes fortunas pode levar o indivíduo a ignorar o valor das coisas.

"O grande legado que os pais que conseguem acumular patrimônio deixam é de fato uma educação de excelente qualidade e uma orientação para que os filhos possam construir o seu próprio patrimônio. Por isso que as famílias têm muito mais preocupação em fornecer educação do que simplesmente deixar a herança", ressalta.

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Quem são os filhos de Ronaldo 

Ronaldo tem ao todo quatro filhos com três mulheres diferentes. Ronald, de 25 anos, é fruto do relacionamento com Milene Domingues, que foi casada com o ex-jogador. O rapaz mora em São Paulo e trabalha como DJ.

O segundo filho, Alexander, ou Alex, nasceu em 2005. Ele é fruto do breve relacionamento de Ronaldo com a fisiculturista Michele Umezu. A paternidade de Alex foi reconhecida em 2009, após exame de DNA. 

As duas filhas mais novas de Ronaldo são do casamento com a empresária Bia Antony, com quem ele ficou casado de 2007 a 2012. Maria Sophia nasceu em 2008, tem 17 anos, e aparece nas redes sociais falando sobre estética e arte.

A irmã, Maria Alice, tem 15 anos. Segundo a mãe, ela é mais esportiva, gosta de futebol, patinação e também se interessa por cultura pop e games.

Fonte: Redação Terra
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