O Nubank demitiu, na segunda-feira, 10, dois funcionários que teriam planejado uma sabotagem de sistemas internos, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Com isso, 14 pessoas já foram desligadas da empresa desde a última sexta-feira, 7, na esteira da reunião virtual em que o CEO da fintech, David Vélez, anunciou a transição para o modelo de trabalho híbrido a partir de meados do próximo ano.
Procurado, o Nubank não quis se manifestar sobre o caso.
Ainda não é possível concluir se as novas demissões têm relação direta com as reclamações sobre as alterações no regime de home office.
Em um comunicado interno, ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso, o CTO do banco digital, Eric Young, informou que operações regulares de segurança da informação identificaram planos de dois empregados para sabotar os sistemas.
Segundo ele, foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída e o caso foi reportado às autoridades policiais.
"Todas as evidências serão encaminhadas para as devidas providências, e não faremos comentários sobre investigações em andamento", escreveu o executivo no memorando, antes de alertar aos "Nubankers" — como são chamados os colaboradores da fintech — que ameaças ao sistema financeiro são crimes federais e devem ser reportados.
Em comunicado logo após as novas destituições, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região disse ter solicitado reunião para tentar reverter as demissões e que convocou uma plenária com os trabalhadores na próxima quarta-feira, 12. A entidade orientou que os envolvidos evitem se manifestar sobre o tema nas redes sociais.
Estopim
Na quinta-feira passada, a fintech anunciou que, a partir de julho de 2026, os funcionários passarão a trabalhar dois dias por semana no escritório da companhia, jornada que avançará a três dias presenciais em janeiro de 2027. A mudança gerou reclamações na live em que o CEO comunicou as alterações.
No bate-papo da apresentação, um grupo de cerca de 12 pessoas transmitiu mensagens ofensivas, conforme relatos.