Ibovespa cai 0,65% com cautela antes de relatório da reforma da Previdência

12 jun 2019 - 18h16

Os investidores do mercado de ações adotaram o "modo cautela" na véspera da apresentação do relatório da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara e o Índice Bovespa terminou esta quarta-feira, 12, em queda de 0,65%, aos 98.320,88 pontos. Em meio ao vencimento do Ibovespa futuro, pesaram à tarde notícias sobre o teor do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O temor de redução da potência fiscal da reforma e a exclusão dos Estados e municípios do texto foram fatores que aumentaram o grau de prudência no mercado.

O pregão começou instável, refletindo influências positivas e negativas dos cenários interno e externo. Na máxima, o Ibovespa chegou aos 99.239,50 pontos (+0,28%), quando o mercado repercutia a notícia da "despedalada" de bancos públicos, com devolução de R$ 17 bilhões ao governo, para redução da dívida pública. Já o mercado internacional deu contribuição negativa, com dúvidas quanto aos entendimentos entre Estados Unidos e China e forte queda dos preços do petróleo. As ações da Petrobras caíram 1,47% (ON) e 1,14% (PN).

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A pontuação mínima do dia foi registrada pouco depois das 15h30, quando o principal índice de ações da B3 desceu até os 97.831 pontos (-1,14%). Segundo operadores das mesas de renda variável, havia nesse momento grandes players internacionais atuando tanto na ponta de venda quanto na de compra.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que o relatório da reforma da Previdência não vai incluir as regras para o funcionalismo público de Estados e municípios. "Mas temos até julho para construir acordo para que eles sejam reincluídos", disse. Segundo ele, atualmente não há votos para que o relator mantenha em seu texto o sistema de capitalização, como previsto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Estados e municípios não estão incluídos no R$ 1,2 trilhão estimado de economia fiscal em dez anos, pela proposta original do governo. No entanto, houve informações de que as mudanças que serão trazidas no relatório reduziriam a potência fiscal para até R$ 850 bilhões. Essa desidratação foi considerada elevada por parte do mercado para essa fase da tramitação.

"O mercado trabalha com R$ 700 bilhões. Se a desidratação for maior, não será o fim do mundo para o mercado, mas abre-se caminho para especulações em torno da permanência de Paulo Guedes no cargo, como ele mesmo sinalizou", disse um operador.

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