Custo de ingresso em Fórum Econômico Mundial é de R$ 60 mil

Por oscilação cambial e valor de moeda, num único dia, o custo de participar do evento subiu 14% - e chega a quase R$ 60 mil

24 jan 2015 - 10h44
(atualizado às 13h51)
<p><span class="media-caption__text">Milhares de grandes nomes, entre executivos e líderes globais, participam do evento anual, em Davos                     </span></p>
Milhares de grandes nomes, entre executivos e líderes globais, participam do evento anual, em Davos
Foto: BBC Mundo / Copyright

O Fórum Econômico Mundial, que termina neste sábado na cidade suíça de Davos, não é o tipo de evento em os participantes se preocupam com a conta.

Grandes nomes do mundo aterrissam com seus jatos particulares anualmente para discutir as grandes questões da economia e da política. Mas, este ano, alguns fatores elevaram o custo de participação no tradicional evento.

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O franco suíço nas nuvens

Uma dessas considerações tem a ver com o preço do franco suíço. Em 15 de janeiro, a moeda suíça subiu dramaticamente em relação ao euro e outras moedas importantes. Um dólar americano, que antes era equivalente a 0,97 do franco suíço, passou a comprar 0,88.

A oscilação cambial foi efeito da decisão das autoridades monetárias suíças de deixar de intervir no mercado, como vinha fazendo há vários meses para evitar que o franco suíço se valorizasse frente do euro.

Para muitos investidores europeus temerosos com a turbulência na zona do euro, a Suíça significa um refúgio de estabilidade.

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O mercado decide

Para melhor ou pior, a Suíça concordou na semana passada que não poderia mais conter as forças do mercado, que passaria a ditar o valor de sua moeda.

Reunião de Davos é um dos principais eventos empresariais do mundo
Foto: BBC Mundo / Copyright

O resultado dessa decisão foi que, num único dia, o custo de participar do evento subiu 14%.

Não que o fórum seja acessível a qualquer um - de acordo com a agência Bloomberg, a tarifa anual da categoria superior de membros corporativos custa US$ 673 mil (mais de R$ 1,6 milhão). E esse valor deve aumentar.

Já um bilhete padrão único para cada executivo que participa do evento em Davos chega a US$ 20 mil (cerca de R$ 60 mil). 

Uma honra que custa

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Bill Gates foi um dos grandes nomes a ter discursado no evento deste ano

O custo maior não quis dizer que houve falta de bilionários em Davos nesta semana - foram 1,5 mil líderes empresariais. Mas nem todos que estiveram no fórum são os líderes da indústria e das finanças.

Foram 40 chefes de Estado e de governo, entre eles o francês François Hollande e a alemã Angela Merkel, e 800 executivos e representantes do setor público e organizações não-governamentais, como Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam, uma organização que acaba de publicar um polêmico relatório criticando a riqueza global desigual.

O custo de um Big Mac

Vários dos representantes de instituições de caridade e ONGs são convidados a participar do fórum sem pagar taxa de admissão. Mas qualquer viajante na Suíça enfrenta os custos de um dos países mais caros do mundo.

Bill Gates foi um dos grandes nomes a ter discursado no evento deste ano
Foto: BBC Mundo / Copyright

A revista Economist, criadora do famoso índice de custo de vida com base no valor de um Big Mac em diferentes capitais do mundo, estimou que a Suíça tinha o sanduíche mais caro: US$ 7,54 (R$18,85), na Suíça.

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No Brasil, o custo é US$ 5,21 (R$ 13), o que faz do país o quarto mais caro. Na Argentina, por exempo, o lanche sai por US$ 3,25 (R$ 8,10), segundo o ranking.

Mas, certamente, os participantes não comerão McDonald's. O jantar padrão hotel Seehof, um dos destaques da cidade, sai por 135 francos suíços, ou pouco mais de US$ 150 (R$ 375).

Bom negócio

Além do evento principal, realizado em janeiro, o Fórum Econômico realiza encontros regionais em diversas cidades do mundo

Além do evento principal, realizado em janeiro, o Fórum Econômico realiza encontros regionais em diversas cidades do mundo
Foto: BBC Mundo / Copyright

Pode-se argumentar que o fato dos participantes, entre os quais os empresários mais bem sucedidos do mundo, pagarem pequenas fortunas para estar ali é uma prova da utilidade de Davos.

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Presumivelmente, a publicidade gerada pela participação no evento, as relações pessoais que podem ser estabelecidas com presidentes e gerentes, ou a camaradagem que se cria nos corredores do poder são todos os benefícios intangíveis que podem justificar a despesa.

E, para os que não frequentaram o evento principal na Suíça, há outros fóruns regionais. Em 2015, a reunião de América Latina será no México e, em 2016, na Colômbia.

Mas qual é o público destes encontros menores?

"O encontro em Davos é de natureza global, reúne os principais líderes de todos os setores, de todas as regiões e de várias indústrias; enquanto que a reunião latino-americana foca na região e reúne líderes de alto nível de diversos setores da região e com interesse na América Latina ", disse Marisol Agueta, diretora para a América Latina do Fórum Econômico Mundial.

Em qualquer caso, a participação sai um pouco mais barata - pelo menos, no México, o Big Mac custa US$ 3,35.

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