Relatório da agência de classificação de risco Moody's divulgado nesta segunda-feira, 17, avalia que o surto de coronavírus reduz o otimismo no momento em que a economia global dá sinais de estabilização.
De olho nos impactos da doença sobre a economia, a instituição reduziu suas previsões de crescimento para a China e para o G-20. A agência ainda prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 2% em 2020 e 2,5% em 2021.
Para a principal nação asiática, epicentro da epidemia, a Moody's cortou sua projeção para o PIB em 2020 em 0,6 ponto porcentual, para 5,2%. A previsão para 2021, no entanto, foi mantida em 5,7%. A agência aposta que a disseminação do coronavírus será contida no final do primeiro trimestre e, assim, as atividades econômicas devem retomar a normalidade no início do segundo trimestre.
Para o G-20, a previsão de crescimento foi cortada em 0,2 ponto porcentual, para 2,4% em 2020, seguida por aceleração a 2,8% em 2021. "As revisões para baixo são resultado, principalmente, de projeções de crescimento mais baixas de países emergentes", diz o relatório. "Como resultado, agora esperamos que os mercados emergentes do G-20 cresçam 4,2% em 2020, o mesmo que em 2019."
Para 2021, o grupo todo deve crescer 4,7%, de acordo com a Moody's. As economias avançadas do G-20, porém, devem crescer 1,3% em 2020 e 1,6% em 2021, defende a agência.
A Moody's ainda projeta que os Estados Unidos crescerão 1,7% em 2020 e 1,9% em 2021. "A suspensão da produção do modelo 737 Max, da Boeing, deve subtrair 0,5 ponto porcentual do PIB do país no primeiro trimestre deste ano", sustenta a nota. "O coronavírus torna mais desafiadores os compromissos de compras de produtos firmados pela China no acordo comercial com os EUA. A zona do euro, projeta a instituição, deve ter alta do PIB de 1,2% em 2020 e de 1,4% em 2021.