Antigamente, era muito comum casais terem uma conta conjunta no banco. O conceito evoluiu e na era da internet temos agora a conta digital compartilhada. A ideia é muito simples: casais, famílias, roomates ou grupo de amigos que dividem despesas constantes centralizam os recursos para pagar as contas.
O conceito é diferente de uma conta conjunta digital, como a que é oferecida pela Digi+, por exemplo. A conta digital compartilhada permite que várias pessoas possam fazer o rateio de contas. Um apartamento com quatro roomates, por exemplo, pode ter as contas de água e luz pagas através dessa conta digital, que por sua vez é mantida pelos roomates através de Pix ou boleto.
A grande sacada da conta digital compartilhada é que cada usuário tem um saldo individual, assim todos sabem com quanto cada um contribuiu e quanto sairá de cada um para pagar as despesas.
Iniciativa de uma jovem fintech brasileira
Um exemplo de conta digital compartilhada gratuita já disponível no mercado brasileiro é a da fintech Cumbuca. Curiosamente, a jovem fintech nasceu justamente de uma necessidade pessoal de seus fundadores.
“A Cumbuca nasceu a partir da necessidade vivenciada por diversas famílias e grupos de amigos, que costumam ratear os gastos, e evoluiu até o modelo atual de conta compartilhada”, conta Daniel Ruhman, sócio-fundador e CEO da Cumbuca.
Em 2019, o projeto teve início com o aplicativo UmHelp e logo se transformou no app Comadre. Em 2020, em decorrência da pandemia, vislumbrou-se a criação de um serviço no qual os participantes pudessem dividir o pagamento das contas e ter visibilidade e gestão mais avançada das despesas.
“Com o avanço do open finance vivenciamos um mercado promissor. Acreditamos que estamos apenas no começo de uma grande revolução financeira e temos muito a contribuir”, finaliza Ruhman.
Startup oferece compartilhamento de cartão
A fintech Noh, por sua vez, tem uma solução de cartão compartilhado, feito em parceria com a Visa. O produto complementa a carteira digital da fintech, que já permite dividir contas e despesas automaticamente em pagamentos por meio de boletos e Pix.
“Queremos desbravar um novo mercado ainda inexplorado pelas fintechs brasileiras que oferecem produtos pensando em clientes individuais. Acreditamos que a era das finanças compartilhadas chegou e reflete um comportamento de consumo que já era coletivo há muito tempo na vida do brasileiro”, explica Ana Zucato, CEO e sócia fundadora da Noh.
Os cartões virtual e físico da bandeira Visa, gratuitos e funcionam como um cartão de crédito pré-pago (para fazer os pagamentos, é preciso ter saldo na conta da fintech). Para breve, a Noh promete que será possível ainda fazer grupos com quantas pessoas o usuário quiser para compartilhamento de gastos.
A diferença aqui é que cada pessoa terá seu cartão e senha individuais. Ao fazer o pagamento, o valor será debitado das duas contas, na proporção escolhida e comunicada na plataforma. O pagamento de um jantar, por exemplo, pode ser dividido na proporção 60%/40%, enquanto uma viagem pode ser dividida ao meio.