Camex suspende aplicação de direito antidumping contra refratários da China e México

19 jun 2018 - 09h36

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) suspendeu aplicação de direito antidumping aplicado sobre produtos refratários básicos produzidos na China e no México por até um ano, prorrogável por igual período, segundo decisão publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.

O direito antidumping havia sido aplicado em 2013 após reclamação aberta no final de 2011 pela fabricante brasileira de produtos refratários Magnesita, que "após a implementação da medida antidumping, foi a principal beneficiada", afirmou a Camex na resolução desta terça-feira. Na ocasião, os produtos chineses foram sobretaxados em 536,5 dólares por tonelada e os mexicanos em 370,5 dólares.

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Os refratários básicos magnesianos que eram alvo da medida antidumping brasileira são usados em uma série de indústrias, incluindo siderúrgica, por empresas como Usiminas, CSN, Gerdau e ArcelorMittal. O material é aplicado como revestimento interno em alto fornos, evitando que o aço acima de 1.500 graus Celsius entre em contato com as paredes dos equipamentos.

A decisão da Camex de suspender a aplicação do direito antidumping foi tomada diante de alta dos preços internacionais dos refratários, algo que associado à desvalorização do real ante o dólar "vem desincentivando as importações e reduzindo a concorrência no setor de refratários no Brasil".

A Camex cita ainda mudança de postura da própria Magnesita, que foi alvo de uma fusão com a austríaca RHI, negócio concluído no final do ano passado.

Segundo o texto, a Magnesita passou "a defender, em 2018, a expansão dos concorrentes mundiais no mercado brasileiro, com maiores alternativas de oferta de matéria-prima", como forma a suprir necessidade nacional de consumo de refratários depois que a indústria local do produto começou a ver maiores oportunidades de exportação.

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