Banco Central responde ao TCU sobre questionamento que aponta 'precipitação' em liquidar Master

Na última quinta-feira, 18, ministro da Corte deu 72h para BC justificar 'medida extrema' e levantou hipótese de travar ações futuras sobre ativos da instituição controlada por Vorcaro

29 dez 2025 - 17h08
(atualizado às 17h21)

BRASÍLIA - O Banco Central enviou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma resposta ao despacho do ministro Jhonatan de Jesus que questionou a liquidação do Banco Master, decretada em novembro.

O TCU informou que a resposta foi protocolada às 13h40 desta segunda-feira, 29, e juntada ao processo às 16h22. O conteúdo da manifestação está sob sigilo, assim como o restante do processo.

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Em despacho na última quinta-feira, 18, o ministro do TCU deu 72 horas para a autarquia justificar a "medida extrema" e levantou a hipótese de travar ações futuras sobre os ativos da instituição financeira controlada por Daniel Vorcaro.

GALÍPOLO BRASÍLIA DF 05.09.2025 GABRIEL GALÍPOLO/ COLETIVA BANCO CENTRAL ECONOMIA - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo durante entrevista coletiva na sede do banco em Brasília na manhã desta sexta-feira 05, onde falou sobre medidas de reforço da segurança do Sistema Financeiro Nacional aprovadas em reunião da Diretoria.FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
GALÍPOLO BRASÍLIA DF 05.09.2025 GABRIEL GALÍPOLO/ COLETIVA BANCO CENTRAL ECONOMIA - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo durante entrevista coletiva na sede do banco em Brasília na manhã desta sexta-feira 05, onde falou sobre medidas de reforço da segurança do Sistema Financeiro Nacional aprovadas em reunião da Diretoria.FOTO: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/ ESTADÃO / Estadão

No documento do TCU, o ministro aponta uma suposta "precipitação" do BC e sugere que o órgão regulador do sistema financeiro pode ter errado ao ignorar soluções de mercado que salvariam o banco sem uso de recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

A avaliação do TCU, no entanto, contrasta frontalmente com as evidências de fraude de R$ 12,2 bilhões que fundamentaram a intervenção. As investigações do BC e da Polícia Federal sobre o Master apontam que o banco comprou falsas carteiras de crédito da empresa Tirreno, sem o cuidado de verificar a solidez dos ativos.

O objetivo seria obter liquidez para honrar vencimentos de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), porque o banco não tinha liquidez.

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Jhonatan de Jesus argumenta que o BC teria demorado a analisar alternativas de reorganização societária. O ministro cita especificamente que, meses antes da liquidação, houve uma proposta de aquisição do Master pelo Grupo Fictor, no valor de R$ 3 bilhões.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o Banco Central recebeu o pedido de explicações com tranquilidade. A avaliação interna é de que a autarquia cumpriu rigorosamente todo o rito legal necessário para decretar a liquidação, sem "queimar etapas".

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