A morte de Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall em Vale Tudo (1988), permanece até hoje como um dos maiores marcos da televisão brasileira. A pergunta "Quem matou Odete Roitman?" paralisou o país e gerou teorias por décadas. No entanto, um detalhe que sempre circulou nos bastidores de que a Globo teria gravado finais alternativos para despistar a imprensa e até o elenco não passa de lenda.
Segundo a colunista Carla Bittencourt, do portal LeoDias, a verdade veio à tona na biografia de Gilberto Braga, um dos autores da trama. O livro revela que, embora cenas alternativas tenham sido escritas, nunca foram gravadas. Ou seja, a única culpada registrada diante das câmeras foi mesmo Leila, vivida por Cássia Kis.
Após o fim da novela, a Editora Globo publicou um livro sobre a trama e incluiu os desfechos alternativos, onde Marco Aurélio (Reginaldo Faria), César (Carlos Alberto Riccelli) e Maria de Fátima (Gloria Pires) surgiam como possíveis assassinos. Porém, esses finais ficaram apenas no papel.
O sigilo era tanto que, dias antes da exibição do último capítulo, o elenco recebeu o roteiro faltando páginas inteiras justamente as que revelavam a identidade do assassino. Em uma nota, Gilberto Braga e seus coautores pediram desculpas e explicaram que era a única forma de manter o mistério em segurança.
Afinal, por que o mistério de Odete Roitman marcou tanto?
Até três dias antes do último capítulo, nem o diretor Dennis Carvalho sabia quem seria o culpado. A revelação só veio com ironia de Gilberto Braga, que confirmou Cássia Kis como a assassina. A atriz comemorou o desafio e recebeu até a recomendação de Aguinaldo Silva: descarregar todas as balas no revólver.
O suspense, guardado até o limite, tornou-se histórico. Sem truques ou múltiplas gravações, Vale Tudo consagrou o maior mistério da teledramaturgia brasileira e até hoje, "Quem matou Odete Roitman?" segue como a pergunta mais emblemática da nossa TV.
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