Maria Carolina Ribeiro está fascinada com seu papel na Record. Tanto que chega a desejar ser tão objetiva e determinada quanto sua personagem, a interesseira Neide de Poder Paralelo.
"Eu sou mais aérea. A objetividade que estou tirando da personagem tem me favorecido muito na hora de trabalhar", analisa. Na trama de Lauro César Muniz, a secretaria Neide é amante e comparsa de Armando, de Cecil Thiré, e ainda tenta voltar a ter um caso com o mulherengo Bruno, papel de Marcelo Serrado. Tudo por interesse financeiro. "Ela tem traços de maldade. Eu arriscaria dizer que ela chega a ser uma psicótica", exagera.
Embora seu papel envolva cenas de sexo por ser uma amante, a atriz não discorda da decisão Record, que vem cortando cenas mais "calientes", além das que contém muita violência. Mas, como a "censura" algumas vezes não chega a cortar também o texto de Lauro Cesar Muniz, os diretores da emissora têm apenas insinuado o sexo nos folhetins. "Se o público se sente agredido por isso, por que devemos colocar? O próprio autor concorda que não são cenas essenciais para contar a história", opina a atriz.
Diferentemente do papel de vilã sensual, Maria Carolina viveu uma antagonista divertida na versão brasileira do folhetim infanto-juvenil argentino Floricienta. A recalcada Delfina tentava impedir que os protagonista da novela, vividos por Juliana Silveira e Roger Gobeth, ficassem juntos. O sucesso foi tamanho, que Floribella emplacou ainda uma segunda temporada na Band. "Era muito bom fazer a personagem que era quase um papel de 'cartoon'. Devo a ela a minha habilidade para me expressar através do corpo", explica.
Pouco depois, ainda na Band, a atriz chegou a atuar no folhetim luso-brasileiro de Aimar Labaki, Paixões Proibidas. Mas, durante a novela, a atriz já se sentia cansada, e foi quando decidiu que precisava parar. "Eu estava estafada. Não queria mais me dividir com uma personagem. Queria ser só Maria Carolina por um bom tempo", desabafa.
Quando resolveu abandonar a profissão, Maria Carolina entrou em um curso de gastronomia. Mas estar na cozinha não passou de um "hobby", já que depois de pouco mais de um ano longe da TV, a atriz voltou a achar agradável a companhia de um personagem. "Comentei com minha mãe que estava pronta para voltar a atuar e, logo depois, recebi um telefonema me convidando para a novela. Foi tudo no tempo certo", comemora.
Mesmo voltando atrás sobre a antiga decisão de desistir da atuação, Maria Carolina resolveu não desperdiçar o tempo em que esteve nas aulas de culinária e, junto com seu marido, o diretor da Record Edgar Miranda, vai gravar ainda este mês o piloto de um programa que vai unir sua experiência na cozinha com sua intimidade com o palco. "Mas não vai ser parecido com esses programas que já existem, até porque eu sou muito alérgica a vários alimentos. Vai ser mais voltado para quem tem algumas restrições", adianta.
