Humorista David Castilho passa por cirurgia de amputação: “Não sinto revolta, ficarei de pé de novo”

Artista conhecido por atuação em ‘A Praça é Nossa’ e no ‘The Noite’ cria vaquinha para custear o tratamento de saúde

15 out 2025 - 11h56
(atualizado às 11h57)

Um sapato apertado. Um pequeno machucado no pé produz uma bolha. Evolui para uma ferida. Surge uma infecção. Mesmo com a administração de antibióticos, o quadro se agrava devido a complicações do diabetes. Vem a notícia inesperada: será preciso amputar o pé direito e parte da perna.

Esta sequência dramática foi vivida em poucos dias pelo humorista e apresentador de podcast David Castilho, também conhecido como DVD Castilho.

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Artista autônomo e pai de família, ele criou uma vaquinha online (Chave Pix 27925615800) para arrecadar dinheiro a fim de garantir o pagamento do aluguel, de despesas básicas da casa, dos medicamentos, do transporte para as consultas e a futura compra de uma prótese.

David pretende retornar logo aos palcos para realizar shows e à gravação do programa ‘Ponto de Ironia’. Ele conversou com a coluna a respeito dos desafios trazidos pela cirurgia e a nova realidade de vida. 

David Castilho revelou o impacto da amputação: "Senti muito medo, mas eu recebi uma onda de amor tão grande que isso me motivou"
David Castilho revelou o impacto da amputação: "Senti muito medo, mas eu recebi uma onda de amor tão grande que isso me motivou"
Foto: Reprodução/@dvd.castilho

Como está o pós-operatório?

Saí do hospital no domingo (dia 12) para terminar a minha recuperação em casa. Está sendo muito difícil a adaptação, estou com dificuldades para dormir por não encontrar uma posição confortável. Sinto muitas dores também, mas, por incrível que pareça, não são dores no local da amputação, e sim no membro fantasma. Dores fortes nos dedos e no peito do pé amputado. Acredito que levarei um tempo até me adaptar a essa nova realidade.

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Quem o está ajudando no dia a dia?

Moro com minha esposa, filha e um enteado, eles têm se dedicado aos meus cuidados. Minha irmã e meus pais vêm todos os dias para revezar nesses cuidados. Felizmente, tenho uma boa base de apoio, o que deixa esse momento mais leve.

Recebeu mensagens de colegas humoristas?

Sim, tenho recebido o apoio de amigos do meio artístico. Humoristas têm se motivado a organizar alguns shows para arrecadar fundos, e compartilham a vaquinha virtual.

O comediante é famoso pela versatilidade na criação de tipos e nas homenagens a outros artistas
Foto: Reproduções/@dvd.castilho

Em algum momento sentiu revolta pela amputação?

Não me senti revoltado em nenhum momento. Senti muito medo, já que tive risco real de morte. Senti angústia, insegurança, mas eu recebi uma onda de amor tão grande que isso me motivou. Reapareceram pessoas que haviam sumido de minha vida há anos para se solidarizar. Zerei as desavenças com gente que eu estava brigado, estamos dispostos a recomeçar. Sou grato por estar vivo e por ver tanta gente disposta a me ajudar.

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Mudou sua visão sobre a vida?

Mudei muito, foram 15 dias de hospital, onde o que eu mais tive foi tempo para refletir. Saí de lá com meu coração limpo, sem mágoas ou raiva de ninguém. Foi um tempo em que pude religar pontas soltas, retomar velhas amizades, perdoar e pedir perdão. Com certeza, vou me reinventar e ficar de pé novamente.

David Castilho apresenta o podcast 'Ponto de Ironia', onde recebe convidados do meio artístico e do jornalismo
Foto: Reprodução/YouTube

Sente saudade da televisão?

Fiz alguns bons trabalhos na TV. O ‘Fantástico’, da Globo, contou um pouco da minha história em um quadro chamado ‘Eles Decidem’ em 2016 (na ocasião, um grupo de pessoas tinha de decidir se David permaneceria gordo ou deveria emagrecer). Em 2018, eu interpretei o Jô Soares em um especial de férias do ‘The Noite’, substituindo o Danilo Gentili. Durante três anos, entre 2016 e 2019, eu fiz o Leão Loco, uma sátira do Leão Lobo, em ‘A Praça é Nossa’. Quando o SBT demitiu o Leão, o personagem deixou o programa.

Pretende retomar as gravações do seu podcast?

Eu ficarei pelo menos seis meses sem conseguir trabalhar. Sou palestrante e viajo pelo país me apresentando em empresas. Sou autônomo, então ficar tanto tempo sem trabalhar é ficar sem ganhar dinheiro. A única atividade que conseguirei continuar é o podcast. Então, ele se tornará essencial para eu ter algum ganho financeiro. Devo retornar às gravações no próximo mês, assim que cumprir a primeira etapa de meu tratamento, torcendo para que o ‘Ponto de Ironia’ tenha um bom crescimento nos próximos meses.

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