De 38 anos para mais de 70, com o desgaste natural das articulações, visão reduzida, perda de audição e outras fragilidades impostas ao corpo pela velhice.
Esta foi a situação vivida por Pamela Domingues no ‘Mulheres’ da TV Gazeta. A apresentadora usou um traje de simulação realística que a fez ter a sensação de envelhecer mais de três décadas.
Após alguns passos e gestos, ela caiu no choro devido ao abalo emocional da situação. Disse ter se lembrado dos avós idosos. Foi acolhida no ombro da gerontóloga Tati Gracia, especialista em envelhecimento e comportamento.
“O joelho não dobra, parece que o braço pesa toneladas”, explicou Pamela usando o equipamento semelhante a um macacão. Outros acessórios, como óculos de visão limitada e fones abafadores aumentaram a sensação de perda de sentidos.
A TV precisa dos velhos
A pauta no ‘Mulheres’ merece destaque por abordar um problema social pouco discutido no telejornalismo: a população brasileira envelhece rapidamente e encontra um país despreparado para o cidadão idoso.
Eventualmente, são exibidas matérias com estatísticas e projeções, mas é pouco. As emissoras precisam usar mais o colossal poder de influência para conscientizar as pessoas a se prepararem para a velhice e pressionar os governos a ampliar espaços e serviços adequados a quem chegou aos 60, 70, 80…
Aliás, a televisão brasileira, que completa 75 anos em setembro, falha ao dar pouco espaço aos velhos na bancada de telejornais e nos elencos das novelas e séries. Grandes talentos são aposentados involuntariamente.
A necessária renovação de profissionais diante das câmeras não precisa gerar o descarte de atores, apresentadores e repórteres que vivem o privilégio de envelhecer com saúde.