A dança das cadeiras na Globo provocada pela saída de William Bonner do ‘Jornal Nacional’ gerou promoção a cinco apresentadores.
César Tralli sai do ‘Jornal Hoje’ para o ‘JN’. Roberto Kovalick deixa o ‘Hora 1’ e assume o ‘JH’. Tiago Scheuer troca ‘Bom Dia São Paulo’ pelo ‘Hora 1’. Natuza Nery passa de comentarista a âncora do ‘Edição das 18h’ na GloboNews. Rafael Colombo se despede da reportagem do ‘SP2’ e vai para o estúdio do ‘Conexão GloboNews’.
Chama a atenção a falta de diversidade racial nessas promoções. O único negro incluído nas mudanças é Marcelo Pereira. De segunda a sexta, ele tinha visibilidade nacional na previsão meteorológica no ‘Hora 1’, agora será visto apenas pelo público paulista no ‘BDSP’. Parece uma regressão.
Em conversa com a coluna, um jornalista que trabalhou na Globo ressaltou que a redação do jornalismo do canal continua “90% branca”.
Nos últimos anos, houve relevante aumento do número de repórteres negros, mas permanece a falta de representatividade nos cargos de chefia na TV. Os diretores-gerais de jornalismo de todas as emissoras abertas são brancos.
Um espelho do que ocorre em outras emissoras e no universo corporativo em geral.
Onde está Wally?
Na GloboNews, a falta de diversidade é igualmente gritante. O canal de notícias líder de audiência na TV paga tem cerca de 15 comentaristas fixos. Apenas uma negra, Flávia Oliveira. Entre os titulares de telejornais, somente Aline Midlej.
Sim, há alguns repórteres negros, mas, cá entre nós, a maioria dos telespectadores nem sabe o nome deles. São importantes pela visibilidade, mas não têm a oportunidade de manifestar o que pensam e se tornarem formadores de opinião.
Poucos terão a chance de um dia chegar a apresentador ou assumir um cargo executivo dentro do canal.