De janeiro a setembro, a Globo conseguiu R$ 8,8 bilhões em receitas publicitárias, incluindo anúncios em TV aberta, canais pagos, streaming e digital.
Ao incluir assinaturas de conteúdos e outras fontes, o faturamento do grupo chega a R$ 13,1 bilhões no mesmo período.
A informação foi divulgada pelo portal ‘Meio & Mensagem’ a partir de comunicado interno da empresa de comunicação.
O presidente da Globo, Paulo Marinho, destacou que estão “vivenciado um momento complexo e desafiador no mercado de mídia, que exige de todos nós disciplina de custos, foco constante em resultados e a busca por inovações para atender aos anseios dos consumidores”.
Pelos números, o grupo pode ter dificuldade de repetir os R$ 16,4 bilhões de receitas totais de 2024, quando registrou lucro de R$ 1,9 bilhão.
Web dominante
A TV aberta, que antes reinava absoluta no mercado publicitário, agora se vê superada pela internet, para onde vão cada vez mais verbas de propaganda, como apontou estudo do Cenp-Meios.
A crescente audiência e o grande poder de influência dos meios digitais atraem as principais marcas anunciantes do país.
Alcançar o consumidor pelo celular se tornou tão importante quanto exibir um comercial na TV.
Nesse novo cenário, a Globo tenta reposicionar seus produtos para preservar relevância e participação no bolo publicitário.
O canal tem apostado na integração entre TV aberta, canais pagos e plataformas digitais, oferecendo pacotes comerciais mais amplos e soluções multiplataforma para anunciantes.
Menos gente diante da TV
Há ainda um fator estrutural: a fragmentação da audiência. Mesmo liderando o horário nobre e transmitindo grandes eventos ao vivo, a Globo já não concentra a atenção nacional como no passado.
O público se distribui entre redes sociais, plataformas sob demanda e criadores independentes, reduzindo o poder de fogo da TV aberta. Isso não elimina sua importância, mas relativiza seu peso em um mercado cada vez mais pulverizado.
Esse contexto ajuda a explicar o tom realista — quase defensivo — do comunicado interno feito pelo presidente da emissora.
Os números seguem robustos, especialmente em comparação com outros grupos de mídia brasileiros (Record, SBT e Band enfrentam dificuldades bem maiores), mas o horizonte é mais instável do que nunca.