Nos intervalos da Globo, o público recebe o estímulo para apostar no BetMGM, que traz Luciano Huck como garoto-propaganda.
A empresa gringa estreou no Brasil em sociedade com a emissora líder de audiência.
O canal da família Marinho empresta sua credibilidade à casa de apostas, além de oferecer a maior visibilidade possível com comerciais inclusive no ‘Domingão com Huck’.
Não há informações sobre os primeiros resultados financeiros da BetMGM, mas há previsão de aumentar significativamente as receitas e o lucro líquido do Grupo Globo em 2025.
Segundo dados do Ministério da Fazenda divulgados pela CNN Brasil, 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas em bets no primeiro semestre deste ano. Em média, cada pessoa gastou R$ 164 por mês. A renda bruta das companhias autorizadas foi de R$ 17,4 bilhões — 15% a mais do que o faturamento de todos os negócios da Globo em 2024.
O SBT também está neste mercado. O Grupo Silvio Santos criou a empresa Todos Querem Jogar (TQJ), focada em apostas e jogos online. Há três produtos: Bet do Milhão (inspirado no programa ‘Show do Milhão’), TeleSena Bet e Baú Bingo.
O dinheiro gasto pelo público para tentar a sorte pode representar um passo importante para a emissora do clã Abravanel sair da estagnação financeira dos últimos anos. A entrada de mais receitas deve viabilizar os necessários investimentos na programação.
Vice-líder no ranking do Ibope, a Record não manifestou a intenção de aderir a esse segmento. Provavelmente, em função de seu proprietário, o bispo Edir Macedo, ser líder de uma igreja, a Universal do Reino de Deus, que proíbe os fiéis de apostar em jogos de azar.
TV 3.0 será um shopping em casa
Donos da Globo, os irmãos Marinho somam fortuna de R$ 55 bilhões. O clã Abravanel, proprietário do SBT, possui R$ 6,4 bilhões.
Esses empresários de redes de TV devem aumentar o patrimônio com a estreia da TV 3.0 em 2026.
A modernização do sinal digital vai transformar a tela do aparelho em um shopping center altamente rentável.
As emissoras irão oferecer ampla gama de produtos e serviços durante a exibição dos programas, com compra imediata por meio do controle remoto e do celular.
O telespectador poderá adquirir, por exemplo, as roupas dos atores das novelas, ingressos para os próximos jogos de futebol, ingredientes de receitas feitas ao vivo, entre uma infinidade de possibilidades.
Quem hoje liga a TV para se distrair será tentado a fazer compras sem sair do sofá. Prevê-se parceria do canal com grandes varejistas e marcas, como acontece no programa anual de Black Friday da Globo, o ‘Vem Que Tem’.
A possibilidade de registrar altos lucros com essa nova função de negócios da velha TV gerou a união dos CEOs da Globo, Record, SBT e Band. Eles estão empolgados em não depender apenas das receitas publicitárias (cada vez mais disputadas com a internet) e verbas de propaganda governamental.
