A repercussão envolvendo Beyoncé e a cinebiografia de Jair Bolsonaro tomou conta das redes sociais nesta terça-feira (9). O teaser do filme "Dark Horse", divulgado pelos deputados federais Mário Frias e Eduardo Bolsonaro, desapareceu das plataformas poucas horas após a publicação. O motivo: o vídeo usava sem autorização a música "Survivor", do icônico trio Destiny's Child, o que levou a equipe da cantora a exigir providências legais.
De acordo com o colunista Matheus Carvalho, do portal Popline, assim que o teaser se espalhou nas redes, fãs brasileiros de Beyoncé notaram rapidamente a presença da faixa "Survivor" como trilha sonora. A indignação começou em comentários e mensagens privadas direcionadas aos perfis ligados à cantora, e a resposta oficial não demorou.
Anderson Nick, brasileiro que atua como Coordenador de Projetos da BeyGOOD, fundação criada por Beyoncé, foi o primeiro a se pronunciar de forma pública. Em seu Instagram, ele explicou que os advogados da artista já estavam mobilizados para impedir a circulação do material.
Ele afirmou:
"Obrigado a todos que mandaram mensagem avisando que a música 'Survivor' foi utilizada no trailer do filme do inominável inelegível presidiário golpista. Obviamente, a música foi usada sem autorização e as providências legais já estão sendo tomadas para que seja retirada do ar o mais rápido possível. Obrigado."
O posicionamento viralizou e atraiu atenção internacional. Isso aconteceu porque, além de se tratar de uma obra de uma das maiores artistas do mundo, o uso de faixas musicais em peças audiovisuais sem licenciamento configura violação grave de direitos autorais e pode gerar sanções severas em múltiplos países.
Minutos após a manifestação de Anderson Nick, o teaser desapareceu das redes sociais de Mário Frias, produtor e roteirista do filme, e de Eduardo Bolsonaro, que havia compartilhado o mesmo conteúdo. A retirada foi celebrada pelos fãs da cantora, que enxergaram a exclusão como uma vitória contra o que descreveram como "uso indevido e oportunista da imagem de Beyoncé".
A equipe de Beyoncé reforçou que a artista não permite associação de sua obra a figuras antidemocráticas ou a projetos alinhados a discursos que atacam instituições. A postura se manteve firme e alinhada ao histórico da cantora de preservar rigorosamente sua imagem pública e o controle criativo sobre seu catálogo.
Com a movimentação jurídica em andamento, especialistas já especulam sobre os próximos desdobramentos. O uso não autorizado de "Survivor" pode gerar não apenas multas milionárias, mas também uma investigação internacional envolvendo licenciamento musical e direitos autorais. Há quem acredite que o episódio possa influenciar diretamente o desenvolvimento e até o lançamento do filme "Dark Horse".
A prévia, além de conter a música sem autorização, teria sido reproduzida com finalidade promocional, o que agrava ainda mais a infração. Plataformas de streaming, estúdios de cinema e distribuidoras costumam manter protocolos rígidos para prevenir esse tipo de violação, e falhas como essa comprometem a credibilidade do projeto.
Beyoncé: O filme sobre Bolsonaro e a escolha do protagonista
"Dark Horse" tem previsão de estreia para 2026 e se propõe a narrar a trajetória política de Jair Bolsonaro, passando pelo atentado de 2018 e seguindo até sua eleição naquele mesmo ano. O responsável pela direção é Cyrus Nowrasteh, conhecido por projetos com forte viés político.
O ator norte-americano Jim Caviezel — famoso por interpretar Jesus Cristo em "A Paixão de Cristo" — foi escolhido para viver Bolsonaro nas telas. O longa vem sendo descrito como uma produção voltada ao público internacional, com narrativa dramática e estética inspirada em thrillers políticos.
A reação dos fãs de Beyoncé demonstrou não apenas a força da comunidade da cantora, mas também o impacto global de sua marca. Nas redes, termos relacionados à polêmica ficaram entre os mais comentados do dia, com internautas celebrando a rápida resposta da equipe da artista e criticando duramente o uso indevido da música.
Para muitos admiradores, a atitude reforça o profissionalismo e o cuidado que Beyoncé mantém sobre sua obra. Já outros destacaram que o episódio coloca luz sobre práticas recorrentes de licenciamento irregular que, frequentemente, passam despercebidas pelo grande público.
No fim, a integração entre fãs atentos, equipe eficiente e advogados astutos fez o teaser desaparecer, reacendendo discussões sobre direitos autorais e ética no uso de conteúdo artístico — e deixando claro que, quando Beyoncé se posiciona, o mundo presta atenção.
