O lançamento de um novo álbum representa uma época vulnerável para qualquer artista. Recepção negativa pode gerar mal estar. Ou, no caso recente de Matuê, confusão com a imprensa.
O rapper cearense lançou no último dia 10 de dezembro seu terceiro álbum de estúdio, Xtranho. Uma resenha assinada por Carol Prado, jornalista do G1, e transformada em vídeo para as redes avalia que o disco apresenta uma regressão geral do artista.
Ela postou em seu perfil no X/Twitter:
"O álbum novo do Matuê só é disruptivo pra meninos que ainda não saíram do Ensino Médio... minha análise (e nota) pro Xtranho no G1"
https://twitter.com/pradocrl/status/1999820024253395052
Um trecho do texto afirma:
"Na maior parte do tempo, o álbum de Matuê não tem muito de inovador. Pelo contrário, reproduz o estilo de produção, as mesmas distorções e texturas sonoras imersivas dos nomes americanos do trap: Travis Scott, Metro Boomin, Playboi Carti e outros artistas -- que, diga-se de passagem, são bastante comerciais."
Além disso, Prado criticou a inclusão na faixa "Rei Tuê" do áudio de uma fã descrevendo uma agressão sofrida durante o show do rapper americano Don Toliver no festival The Town, em setembro. Segundo a jornalista, situações do tipo demonstram que Matuê está mais interessado em agradar um nicho ao invés do público geral.
Matuê reage
Matuê reagiu de modo relativamente tranquilo em âmbito inicial. O rapper lembrou em seu perfil no X/Twitter no último sábado, 13, horas após a publicação da crítica, que a resposta a XTRANHO lhe lembrava à de 333 (2024), seu álbum anterior. Sem mencionar nomes, ele disse:
"QUANDO EU LANCEI O 333 FOI O MESMO PAPINHO."
https://twitter.com/matue30/status/1999877506405371913
Entretanto, o caso ganhou uma direção curiosa na última segunda-feira, 15. No perfil de Instagram @naopassacredibilidade, da marca de moda de Matuê e utilizado para promover Xtranho, foi divulgada via Stories uma imagem de Prado com estética semelhante à capa de Xtranho. Em seguida, postou o termo "npc1" em branco sobreposto num fundo vermelho.
No mundo de videogames, NPC é uma sigla para non-playable character (personagem não jogável) e virou gíria nos Estados Unidos pra descrever pessoas sem importância. Alguns fãs no Brasil deram outro significado à abreviação: "não passa credibilidade".
Por sua vez, Carol Prado respondeu à provocação de maneira leve. Ela escreveu em seu X/Twitter:
"O Matuê tá me usando de garota propaganda da marca dele sem me avisar nada?????"
https://twitter.com/pradocrl/status/2000938745609281960
Ironicamente, Carol Prado demonstrou apoio a Matuê em momentos anteriores. A jornalista escreveu uma crítica positiva a 333 quando este foi lançado, o que contraria a declaração inicial do rapper comparando a recepção de Xtranho ao antecessor.