Milton Nascimento, de 83 anos, ainda não foi informado sobre a morte do amigo e parceiro musical Lô Borges, que faleceu no último domingo (2) e foi velado nesta terça-feira (4), em Belo Horizonte. Segundo Augusto Nascimento, filho do cantor, a notícia será comunicada apenas no próximo sábado (8), durante uma consulta médica de rotina, seguindo orientação dos profissionais que acompanham o artista. "É algo que vai abalar ele profundamente. O Lô era como um irmão caçula para meu pai. Por isso, decidimos contar juntos, para que ele esteja assistido e seguro", explicou Augusto.
Lô Borges e Milton Nascimento formaram, junto a outros músicos, o lendário Clube da Esquina, movimento que marcou a música brasileira ao misturar influências do rock, samba, psicodelia e sonoridades mineiras. Augusto contou que a amizade entre os dois era repleta de afeto e lealdade, e relembrou que o primeiro violão de Lô foi um presente de Milton. "O Lô tinha um carinho e uma fidelidade que poucos tiveram com meu pai. Mandava mensagens do nada, dizendo que o amava e sentia saudade", recordou.
Milton, diagnosticado com demência por corpos de Lewy e Parkinson, segue sob cuidados da família. Por conta do estado de saúde, ele não pôde comparecer ao velório, assim como Beto Guedes, outro membro do Clube da Esquina. De acordo com o filho de Beto, o músico Gabriel Guedes, o pai está "sem estrutura emocional" para lidar com a perda. O velório reuniu nomes de várias gerações da música mineira, como Samuel Rosa e Rogério Flausino, e o sepultamento de Lô Borges foi reservado a familiares e amigos próximos.
