O caso, que se arrasta há mais de uma década, teve um desfecho que revoltou a artista. Em vídeo, Ludmilla explicou que, ao contrário do que Marcão do Povo anunciou ao vivo no programa Primeiro Impacto, ele não foi inocentado. Segundo a cantora, o que ocorreu foi uma estratégia jurídica que impediu a execução da pena.
Manobra processual e falta de punição
Ludmilla foi direta ao explicar a contradição da decisão: a justiça validou que o crime ocorreu, mas o apresentador sairá impune. "A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu contra mim, mas ele não vai pagar nada por isso. É uma manobra processual absurda. Ele não vai cumprir os efeitos da decisão", lamentou a artista, visivelmente abalada.
A cantora reforçou que o apresentador usou o termo "macaca" para se referir a ela anos atrás e que a espera de dez anos por justiça terminou em um sentimento de impunidade.
Cobrança ao SBT
A indignação de Ludmilla também se estendeu à emissora de Silvio Santos. A cantora questionou a permanência de Marcão no quadro de funcionários do canal após a confirmação do ato racista pelo judiciário.
Ludmilla cobrou uma atitude ética da emissora. "O SBT... precisa saber que mantém em sua casa um apresentador condenado por racismo", disparou. A artista afirmou que, mesmo com o "estômago embrulhado", sua equipe jurídica tentará recorrer de algum ponto da decisão.
A versão de Marcão do Povo
Mais cedo, no comando do telejornal Primeiro Impacto, Marcão do Povo celebrou o que chamou de "vitória judicial", afirmando publicamente que estava livre de todas as acusações:
"Hoje, anuncio publicamente que fui inocentado de toda e qualquer denúncia de calúnia, de crimes de ódio e contra raça", disse o apresentador aos telespectadores.
O conflito de narrativas inflamou as redes sociais, onde internautas e movimentos sociais manifestaram apoio à cantora, criticando a brecha jurídica que permitiu a ausência de sanções em um caso de crime racial reconhecido.