Não é de hoje que se encontra uma alternativa nas substâncias psicodélicas para combater a depressão, e o caso mais recente é um veneno de sapo — mais precisamente, da espécie Incilius alvarius. Um estudo publicado na revista Nature na última quarta-feira (8) mostrou o potencial de um composto específico da substância, chamado 5-MeO-DMT.
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O grupo da Icahn School of Medicine analisou como o 5-MeO-DMT interage com um tipo de receptor de serotonina chamado receptor 5-HT 1A e modificou a estrutura do composto psicodélico em diferentes locais, criando variantes para serem testadas.
Os cientistas fizeram comparações com LSD e medicamentos concentrados no 5-HT 1A, e descobriram que o composto do veneno de sapo consegue um efeito antidepressivo e ansiolítico semelhante.
Mas se você acha que os ratos ficaram chapados, está enganado: mesmo que o veneno tenha propriedades psicodélicas, o composto conseguiu os efeitos sem interferir diretamente na percepção e nos sentidos dos roedores.
Os autores esperam que as descobertas facilitem o desenvolvimento futuro de novos medicamentos para distúrbios neuropsiquiátricos, mas ainda é necessário esperar por novos estudos para entender a eficácia da substância em humanos, não só nos roedores.
Veneno psicodélico
Os efeitos psicodélicos do veneno do sapo Incilius alvarius acontecem justamente por causa da interação com os receptores de serotonina no cérebro, especialmente os subtipos 5-HT1A e 5-HT2A. Esses receptores estão envolvidos na regulação do humor, da percepção sensorial e da cognição.
Então funciona assim: quando o 5-MeO-DMT é ingerido ou introduzido no corpo de alguma forma, ele atravessa a barreira hematoencefálica e se liga aos receptores de serotonina, causando uma série de efeitos.
Entre esses efeitos, estão alterações na percepção sensorial (como aumento da intensidade das cores, sons e sensações táteis, por exemplo. Mas as consequências podem variar de pessoa para pessoa e também dependem da dose consumida.
Vale alertar que o contato com o veneno psicodélico pode causar irritação na pele e nas membranas mucosas. Além disso, se ingerido ou em grandes quantidades, pode levar a sintomas mais graves, como náuseas, vômitos e problemas respiratórios.
Fonte: Nature,
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