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Razer vai desembolsar US$ 1,1 milhão por "máscara da covid"

Nos EUA, a Razer acaba de fechar um acordo milionário por alegações sem comprovação científica envolvendo a máscara Zephyr; equipamento não protege contra covid

1 mai 2024 - 15h30
(atualizado em 2/5/2024 às 10h15)

Durante a pandemia da covid-19, muitas marcas da área de tecnologia lançaram máscaras de proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2. Este é o caso da Razer, que precisará desembolsar uma quantia milionária nos Estados Unidos por alegações falsas envolvendo a máscara RGB Zephyr, que seria do tipo N95

Foto: Divulgação/Razer / Canaltech

O acordo fechado com a Comissão Federal de Comércio (FTC) prevê que a empresa forneça reembolso para todos os consumidores norte-americanos que compraram a máscara sem eficácia comprovada na filtragem do vírus da covid-19. Isso gerará um gasto de US$ 1,1 milhão (cerca de R$ 5,7 milhões). Além disso, há uma multa de US$ 100 mil (R$ 519 mil).

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No entendimento da FTC, a máscara Zephyr da Razer foi anunciada de forma enganosa, confundindo os consumidores, já que o produto não era uma máscara do tipo N95 e tampouco era capaz de proteger contra a covid-19.

No momento da decisão, a empresa já tinha removido as informações sem comprovação científica associadas ao produto em suas plataformas. Isso ocorreu ainda em janeiro de 2022, quando a Razer foi acusada por youtubers, como Naomi Wu, por exercer "marketing enganoso".

Máscara para covid

Para entender toda a questão, vale recordar que, nos momentos mais críticos da pandemia, a recomendação era usar máscaras (ou respiradores) com boa capacidade de filtragem, como a máscara N95 nos EUA e a PFF2 no Brasil. 

Em ambas, a eficácia da capacidade de filtração de materiais particulados chega a ser de 95% para partículas maiores que 0,3µm. Isso é muito maior que a eficácia de uma máscara de pano, por exemplo.

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Por ser um produto bastante específico, as empresas que desejam vender máscaras do tipo N95 precisam comprovar a eficácia do produto, através de testes. Sem isso, é como se o consumidor estivesse sendo enganado, levando um produto para a casa sem comprovação de eficácia ou falsificado — e, durante a pandemia da covid-19, isso poderia ser desastroso.

Diferente da máscara da covid da Razer, as verdadeiras máscaras N95 passam por inúmeros testes antes de chegarem ao mercado (Imagem: Jonathan J. Castellon/Unsplash)
Foto: Canaltech

No Brasil, as máscaras PFF2 são aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Enquanto isso, nos EUA, a regulamentação da N95 é feita pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (Niosh), parte Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). 

E a máscara RGB Zephyr da Razer?

"Embora a Razer tenha anunciado as máscaras Zephyr como N95, eles nunca as submeteram para teste ao FDA ou ao Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH), e as máscaras nunca foram certificadas como N95", afirma a FTC, em nota.

Acordo milionário da Razer nos EUA

Sem nenhuma comprovação, "estas empresas alegaram falsamente, no meio de uma pandemia global, que a sua máscara facial era equivalente a um respirador certificado N95", pontua Samuel Levine, Diretor do Gabinete de Proteção ao Consumidor da FTC. 

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"A FTC continuará a responsabilizar as empresas que utilizam alegações falsas e infundadas para atingir os consumidores que tomam decisões sobre a sua saúde e segurança", acrescenta Levine.

Posicionamento da Razer

Em nota enviada ao site norte-americano IGN, a Razer alegou que aceitar o acordo com a FTC não significa admitir que a empresa cometeu irregularidades durante a divulgação da máscara Zephyr.

"Discordamos das alegações da FTC e não admitimos qualquer irregularidade como parte do acordo", afirma o comunicado. "Nunca foi nossa intenção enganar ninguém e optamos por resolver este assunto para evitar distrações e perturbações de litígios e continuar o nosso foco na criação de excelentes produtos", acrescenta.

Fonte: FTC e IGN   

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